O senador Romário comunicou à direção nacional do Podemos que contrariará a decisão do diretório municipal e não apoiará a reeleição de Marcelo Crivella (Republicanos).
O ex-jogador afirmou ao jornal O Globo que irá participar de um ato da campanha de Eduardo Paes (DEM) no sábado (10), na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele disse acreditar que Paes é o mais preparado para administrar a cidade.
“Institucionalmente, o partido decidiu caminhar com o Crivella. Mas acredito que, definitivamente, o Eduardo (Paes) é o cara mais preparado para administrar a nossa cidade”, disse Romário.
O senador ainda revelou que seu ex-chefe de gabinete Marco San, atual secretário de Crivella, da pasta que leva o nome de Pessoa com Deficiência, Tecnologia e Esportes, deu um golpe da executiva municipal do partido no Rio para garantir o apoio a Crivella.
“O Marco San se aproveitou que tinha a minha senha e, perto da convenção partidária, entrou no sistema eletrônico para me tirar da presidência municipal e se nomear presidente, botando na executiva municipal pessoas da confiança dele. Falei com a Renata Abreu sobre o golpe. Ela disse que, para não prejudicar as candidaturas a vereador do partido, que já tinha feito a convenção, o melhor é aguardar a eleição municipal para, depois, afastar o Marco San do partido. Ele tentou me dar uma bola nas costas, mas vai ver o resultado disso mais para frente”, denunciou o senador.
Marco San não desmentiu as acusações de Romário, admitiu que trapaceou, mas, tentou sustentar que há legitimidade na articulação que levou o Podemos no Rio a apoiar Crivella. “O Romário não ficou feliz com o apoio. Sempre toquei o partido no Rio de Janeiro, todos na política sabem disso. Tinha a senha, sim. Tivemos que fazer essa mudança porque seria antiético apoiar Paes, uma vez que estamos no governo Crivella, com o comando da Secretaria da Pessoa com Deficiência e Tecnologia. Sendo que, recentemente, o Crivella ainda aumentou o nosso espaço, incorporando a Secretaria de Esportes à nossa pasta”, disse San.
Ele ainda usa a participação da presidente do Podemos nacional, a deputada federal por São Paulo Renata Abreu. “A convenção do partido, no dia primeiro de setembro, aconteceu de forma virtual e contou com a participação da Renata Abreu, que até discursou no evento. Como a convenção foi ilegítima se até a presidente nacional da legenda participou? O próprio Romário foi convidado a participar e não compareceu. A convenção foi legítima e legal. Tanto que, depois, Romário tentou pegar a direção do partido no Rio, e a Renata me restituiu como presidente. Há um entendimento de que é preciso dar continuidade ao trabalho político que tem sido feito no Rio”, disse.
BEBETO
Além de Romário, o deputado estadual Bebeto e o ex-vereador Duda Petra, também do Podemos, discordaram do apoio à candidatura de Crivella.
Ele declararam apoio à campanha de Eduardo Paes (DEM) em anúncio pelas redes sociais, no início de setembro.
O apoio foi comemorado por Eduardo Paes: “E quando um ídolo como o Bebeto declara apoio a você! Orgulho total’’, declarou o candidato do DEM pela internet. Na época, Duda Petra explicou sua decisão e afirmou que jogou limpo com seu partido. “Joguei às claras com o partido. Tenho afinidade com Eduardo Paes e o vereador Carlo Caiado. E o que pedi foi para a população. Por sinal, esse posto de saúde ficou na promessa. Tinha ajudado a viabilizá-lo por uma parceria público privada, mas o prefeito não levou adiante”.