
Menos de um ano após o governo Tarcísio privatizar a Sabesp, dois rompimentos graves em adutoras da companhia aconteceram entre 28 e 29 de abril, evidenciando, mais uma vez, os impactos da entrega do patrimônio público aos interesses privados.
Entre segunda (28) e terça-feira (29), duas tubulações da Sabesp romperam em diferentes regiões do estado. Em São Vicente, no litoral paulista, uma adutora rompeu e provocou deslizamento de terra na encosta da Ilha Porchat. No mesmo dia, durante a madrugada, uma residência foi tomada por lama e água após o estouro de outra adutora no bairro Jardim Santo Antônio, em Campo Limpo Paulista.
No caso de São Vicente, o deslizamento mobilizou equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, técnicos da prefeitura e um engenheiro agrônomo, que foram enviados ao local para avaliar os danos. O rompimento causou queda de árvores e interditou a Alameda Ari Barroso. A lama chegou ao mar, e os riscos de novos deslizamentos exigiram cautela das equipes de resgate.
“A princípio a informação que temos é que uma adutora da Sapesp rompeu, nisso extravasou um grande volume de água e acabou fazendo com que houvesse o deslizamento de terra”, explicou o tenente Rodrigo Lopes, do Corpo de Bombeiros. A Defesa Civil do Estado confirmou ainda a queda de barreira na Alameda Rotary.
Em nota, a Sabesp afirmou que realiza reparos na adutora responsável por abastecer a Ilha Porchat e que o fluxo de água foi interrompido. A normalização será gradativa. A empresa também recomendou o uso consciente da água e disse estar à disposição para prestar assistência. A CPFL Piratininga informou que já restabeleceu o fornecimento de energia elétrica aos endereços afetados.
Em Campo Limpo Paulista, outra adutora da Sabesp se rompeu, invadindo uma casa com água e lama no bairro Jardim Santo Antônio. O caso aconteceu durante a madrugada de terça-feira (29). Imagens registradas por moradores mostram todos os cômodos da casa — quarto, cozinha e banheiro — cobertos por lama. A família relatou que a água começou a escorrer pelas escadas do imóvel após o rompimento da tubulação. Apesar dos prejuízos, ninguém ficou ferido. Em nota, a Sabesp confirmou o “problema operacional em uma adutora”, disse que o abastecimento não foi afetado, e informou que está prestando assistência à família, pedindo desculpas pelos transtornos causados.
A empresa, agora guiada pela lógica do lucro, já demonstra sinais de desmonte estrutural, com prejuízos diretos à população e ao meio ambiente, com os “CEOs” da empresa comemorando a demissão de mais de 2 mil trabalhadores e ampliando os seus salários para “acompanhar” os salários do mercado.
Enquanto isso, os casos mais recentes acendem um alerta sobre a piora na qualidade dos serviços prestados e colocam em cheque a promessa de eficiência da gestão privada.
Seria falta de manutenções da Sabesp antiga??
Não parece. As adutoras romperam só agora – não antigamente.