O presidente Hassan Rouhani afirmou que os EUA fracassaram em seu objetivo declarado de banir, “zerar”, as exportações de petróleo do Irã e isolar internacionalmente o país, e destacou que, nessa batalha, “nossa grande nação provou ser o vencedor em todas as etapas”.
“Os EUA devem saber que estamos vendendo e continuaremos a vender nosso petróleo e que não serão capazes de bloquear as exportações de petróleo do Irã”, destacou o presidente iraniano.
Após a retirada unilateral de um acordo assinado a seis partes, inclusive por seu antecessor, sacramentado pelo Conselho de Segurança da ONU, e cujo cumprimento era atestado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o regime Trump tentou levar o bloqueio econômico ilegal que decretou às últimas consequências, zero de vendas de petróleo iraniano.
Acabou tendo que recuar, concedendo “isenções” aos maiores importadores do petróleo iraniano, entre eles, China, Coreia do Sul e Índia.
Rouhani advertiu, ainda, que os EUA “devem saber”, que se tentarem “impedir [as vendas do] petróleo do Irã algum dia, nenhum petróleo será exportado do Golfo Pérsico ”. As declarações foram feitas na cidade de Sharoud na terça-feira.
Não comprar petróleo iraniano é um direito soberano dos EUA, mas forçar as outras nações, sob ameaça de sanções e da força bruta, a boicotar o petróleo iraniano, é uma violação flagrante da Carta da ONU e das leis internacionais.
Mais absurda ainda, quando é feita após romper um acordo que toda a comunidade internacional segue respeitando.
É, ainda, uma tentativa criminosa de matar pela fome o povo iraniano, o que foi dito explicitamente pelo ex-diretor da CIA e agora secretário de Estado, Mike Pompeo: o governo de Teerã vai ter que se submeter, “se quer ver seu povo comer”.
Se reabrissem o Tribunal de Nuremberg, não haveria como Pompeo escapar de ser levado sob correntes às barras da corte.
O presidente Houhani acrescentou que Washington deveria saber que a tentativa de isolamento não ia funcionar e que “nosso povo vai preservar suas relações culturais, econômicas e políticas com os países da região e do mundo”.
“Vamos expandir nosso relacionamento com vizinhos, países muçulmanos e o mundo”, afiançou, destacando que o Irã “não é adversário em relação a nenhum de seus vizinhos”.
O líder iraniano assinalou, ainda, que, com exceção do regime de Tel Aviv e de alguns pequenos Estados vassalos, os EUA não conseguiram apoio de ninguém para tal política na ONU.
Ele também ressaltou as “grandes vitórias” da nação iraniana nos últimos 40 anos contra o “inimigo opressor e tirânico”. Os EUA e Israel não podem tolerar a existência de “um poderoso Irã”, apontou, acrescentando que Teerã “jamais se curvará a eles”.