A República Popular Democrática da Coreia apresentou à ONU nesta segunda-feira (13) protesto contra a realização neste momento de manobras militares conjuntas entre os EUA e a Coreia do Sul que descreveu como “a pior situação de todos os tempos, pois os equipamentos nucleares não só foram mobilizados como foram preparados para atacar.”
A carta-protesto foi entregue ao Secretário Geral Antonio Guterres pelo Embaixador da RPDC na ONU Ja Song Nam que afirmou que “Washington tem culpa pela escalada das tensões, os EUA estão enlouquecidos por manobras militares, e estão introduzindo mais equipamentos militares na Península coreana ao redor e na fronteira com a RPDC. O Conselho de Segurança da ONU não deve ignorar as manobras de guerras nucleares dos EUA que estão determinados a causarem um desastre catastrófico para a humanidade”, numa demonstração de forças mais que provocativas das hostilidades contra a RPDC exatamente no momento do giro asiático de Donald Trump.
Em relação à passagem de Trump pela Ásia, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia declarou em Pyongyang que “esse primeiro giro de Trump pela Ásia depois de sua posse se reveste de caráter conflituoso porque o belicista tenta arrebatar o direito à dissuasão nuclear e de autodefesa de nosso país. Essa é uma viagem de mercador de guerra para enriquecer os monopólios de indústria bélica dos EUA com dinheiro roubado dos seus “aliados” inferiores.
“Em seu giro Trump expôs plenamente sua fachada de destruidor da paz e da estabilidade no mundo e suplicou pela guerra nuclear na Península Coreana. E não podemos deixar passar ao alto que desta vez ele disse outras mentiras que negam totalmente a ideia e o regime da RPDC fazendo intrigas além de – como se fosse pouco – ter dito o disparate sobre a “destruição total da RPDC em setembro nada mais, nada menos que na Assembleia Geral da ONU.”
“Assim”, prosseguiu o MINREX, “Trump tentou satanizar nosso Estado com o objetivo de apartar nosso governo de nosso povo e opor nosso país à sociedade internacional. Ele referiu-se à “absoluta superioridade de força” dos EUA destacando que seu país “defenderá a paz com a força”.
“A RPDC se mantém em sua posição de defender sua soberania e direito à existência e desenvolvimento ao conseguir um equilíbrio de forças substancial com as forças dos EUA.
“As lições da história de enfrentamentos RPDC-EUA, que prossegue de década em década, tais como a amarga e aplastante derrota dos EUA na guerra coreana na década de 1950, os incidentes do barco espião armado “Pueblo” e do avião de espionagem de grande tamanho “EC-121” ensinam claramente que uma parte não deve desestimar ou provar à contraparte.
“A posse de arma nuclear é a justa e inevitável opção de autodefesa da soberania e dignidade de nosso Estado, o direito à existência e ao desenvolvimento de nosso povo desde o recrudescimento das ameaças e chantagem nuclear dos EUA e sua política hostil anticoreana.
“Já se foi de uma vez por todas o tempo em que os EUA ameaçavam e chantageavam a RPDC com artefatos nucleares.
“As mentiras do velho louco não poderão assustar nem deter a RPDC. Ao contrário, confirma a justeza de nossa opção de desenvolvimento paralelo da construção econômica e das forças armadas nucleares. E nos estimula a apertar o passo para completar a grande empresa de construí-las.
“Sentimo-nos seguros e serenos e conseguiremos sem falta a vitória final no enfrentamento com os EUA, império do mal, porque contamos com a direção extraordinária do grande líder, a unidade monolítica de todos os nossos militares e habitantes em torno dele e o inesgotável poder militar”, finalizou o MINREX.
Vale dizer que confirmando a assertiva do governo da Coreia Popular, o tenente-general dos EUA Jan Marc Jouas declarou que “as forças militares norte-coreanas poderiam superar as dos EUA. Ele foi comandante militar adjunto das tropas dos EUA na Coreia do Sul e afirmou, em advertência por escrito encaminhada ao Congresso americano, que os EUA têm 28 mil marines na Coreia do Sul, a Coreia do Norte tem um exército de um milhão de homens. Ele assegura que o Pentágono não poderia “juntar na Coreia do Sul as forças norte-americanas antes do início da guerra. O envio de tropas e equipamentos para a Coreia do Sul provocaria sem dúvida ações imediatas da RPDC e desencadearia uma guerra em grande escala.”
Que a paz sobreviva à loucura. Trump go home!
ROSANITA CAMPOS