Após quase um mês de greve dos professores estaduais contra o parcelamento dos salários, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, anunciou nesta segunda-feira que o governo irá vai pagar primeiro quem ganha menos, no entanto, não se referiu a valores e nem quando começarão a pagar quem ganha mais.
A medida foi condenada por entidades de servidores, que alertaram para a possibilidade de greve geral do funcionalismo a partir de sexta-feira, 29, caso todos os salários não sejam regulamentados.
Para o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do Rio Grande do Sul (Fessergs), Sérgio Arnoud, a decisão é consequência da “pressão organizada” da categoria e pode ser consideradas uma vitória, “mas a luta continua pelo pagamento em dia para todas as categorias”, disse dirigente ressaltando que o “pagamento em dia é obrigação de qualquer empregador, principalmente no serviço público, onde os prejudicados não são apenas os servidores e suas famílias, mas toda a sociedade que depende dos serviços públicos”, lembrou Sérgio.
Arnoud lembra ainda que os servidores estão sob efeito de liminar obtida pela Fessergs que garante o pagamento dos servidores que não tiverem condições materiais para irem trabalhar. “A liminar favorável conquistada impede que o governador corte o ponto de quem não tiver dinheiro nem para o deslocamento ao local de trabalho. Muitos servidores chegam à situação de escolher entre comer ou pagar uma conta”.
De acordo o Sindicato dos Técnicos-Científicos do Rio Grande do Sul (Sintergs), e com a Ugeirm/Sindicato, que representa os agentes da polícia civil, o anúncio do governo do Estado preocupa, pois não há uma definição de um teto de salários que será integralizado. “Nós sempre defendemos um calendário para a integralização, e o governador poderia ter anunciado quais os salários que serão pagos antes”, declarou o presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz, ressaltando a possibilidade de greve geral dos servidores.
Já os professores reforçaram a manutenção greve: Conforme Helenir Aguiar Schürer, presidente do Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato), “o governo não esclareceu muita coisa, não definiu quais serão os salários mais baixos. Nossa postura continua igual”.
A Fessergs está convocando o funcionalismo para um ato unificado servidores no da 29, no centro de Porto Alegre contra os atrasos, parcelamentos e congelamento de salários promovidos pelo governo Sartori. “Diversas categorias vão se mobilizar, e há risco de paralisação dos serviços do Estado”, disse Helenir.