O ator Mark Ruffalo, que interpreta o Hulk em Os Vingadores, disse que acusações de Bolsonaro sobre Leonardo DiCaprio são “bode expiatório” para esconder “incêndios que ele próprio permitiu que acontecessem” na Amazônia.
“Pergunte a si mesmo: o que mudou recentemente no Brasil para que isso aconteça agora? Bolsonaro e suas políticas (não) ambientais”, afirmou o ator através de suas redes sociais.
Bolsonaro, desde que foram divulgados dados que provavam o crescimento do número de queimadas na Amazônia durante seu governo, procurou culpar ONGs que atuam na região.
Na sexta-feira (29), disse para um grupo de apoiadores que DiCaprio está “dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia”. No mundo alucinado de Bolsonaro, ONGs botam fogo na mata para depois justificar seu pedido doações para o combate às queimadas e enriquecer com isso.
“O pessoal da ONG, o que eles fizeram? O que é mais fácil? Botar fogo no mato. Tira foto, filma, a ONG faz campanha contra o Brasil, entra em contato com o Leonardo DiCaprio, e o Leonardo DiCaprio doa 500 mil dólares para essa ONG. Uma parte foi para o pessoal que estava tocando fogo, tá certo? Leonardo DiCaprio tá colaborando aí com a queimada na Amazônia, assim não dá”, disse Jair durante uma de suas transmissões ao vivo pelo Facebook.
DiCaprio respondeu que, “apesar de merecerem apoio, nós não financiamos as ONGs citadas”.
A acusação de Bolsonaro está ligada à perseguição de brigadistas das ONGs Aquífero de Alter do Chão e Saúde e Alegria no Pará. Depois de um grande incêndio em Alter do Chão, a Polícia Civil prendeu injustamente, sem provas, quatro brigadistas das ONGs. Eles foram soltos na quinta-feira (25) pela fragilidade da acusação.
“Na investigação federal, nenhum elemento apontava para a participação de brigadistas ou organizações da sociedade civil. Ao contrário, a linha das investigações federais, que vem sendo seguida desde 2015, aponta para o assédio de grileiros, ocupação desordenada e para a especulação imobiliária como causas da degradação ambiental em Alter”, afirmou o Ministério Público Federal (MPF), que agora investiga a ação de grileiros.