
De acordo com o ministro da Casa Civil, o lançamento do programa acontecerá no dia 11 de agosto. Objetivo é destravar a economia, cujo “freio de mão” dos juros Selic nas nuvens não permite avançar
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), após alguns adiamentos — inicialmente, o programa estava previsto para o fim de abril —, divulgou nesta terça-feira (25), a nova data para o lançamento da versão atualizada do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Dia 11 de agosto é a data escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o anúncio da principal aposta do governo para o avanço de obras de infraestrutura no País, que decidiu esperar o fim do recesso do Congresso Nacional, dia 31 de julho.
A declaração foi dada em entrevista à BandNews.
O programa, segundo o ministro, vai receber investimento da União de aproximadamente R$ 60 bilhões por ano, o que representa R$ 240 bilhões até 2026.
A primeira versão do PAC foi lançada no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2007-2010), em janeiro de 2007, cujos objetivos eram acelerar o crescimento econômico, aumentar o emprego e melhorar as condições de vida da população brasileira, sobretudo a mais pobre.
INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA
“Está na agenda do presidente, no próximo dia 11 de agosto, [quando] será lançado o PAC. O carro-chefe são os investimentos em infraestrutura. Mas, além da infraestrutura, temos os investimentos na área social”, frisou Rui Costa.
O governo federal, conforme o gestor, pretende avançar no montante de investimentos com o Orçamento federal, concessões e PPP (parcerias público-privadas).
O foco ainda está na retomada de obras paradas, em áreas estratégicas como transportes, infraestrutura urbana, saneamento e energia.
Segundo ele, o volume total de investimentos vai ser maior porque haverá atração de recursos privados. Costa afirmou, ainda, que a obra do túnel Santos-Guarujá, por exemplo, será obra do PAC realizada no formato de PPP (Parceria Público-Privada).
JUROS NAS NUVENS
Na entrevista, o ministro também voltou a criticar a taxa de juros definida pelo BC (Banco Central), que atualmente está em 13,75% ao ano. Costa afirmou que a queda dos juros é expectativa de toda a população e não só do governo ou do presidente Lula.
“Eu diria que não é expectativa do governo, nem muito menos apenas do presidente da República. É uma expectativa do povo brasileiro, dos empresários, da população mais pobre, de que a taxa de juros caia”, declarou o ministro.
Para o ministro da Casa Civil, redução de 0,25 ponto percentual não seria suficiente ou satisfatória: “Eu acho que precisa de um pouco mais para sinalizar uma queda mais consistente. Até porque a inflação tem caído de forma consistente.”
REUNIÃO DO COPOM
A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC vai ocorrer na primeira semana de agosto, entre os dias 1º e 2, quando a diretoria do BC retoma a discussão dos rumos da taxa Selic e a situação econômica do Brasil.
Há sinalizações para a redução da taxa Selic. Mas, não se sabe qual será o percentual de diminuição dos juros, hoje em estratosféricos 13,75%.