
“Não é ação contra Alexandre de Moraes. É ação contra o Estado brasileiro”, diz AGU
A Advocacia-Geral da União (AGU) vai investigar a ofensiva das plataformas Rumble e Trump Media na Justiça dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As duas empresas mantêm a rede social “Truth Social”, que é ligada a Donald Trump e à extrema direita dos EUA.
Na sexta-feira (6), as empresas pediram que Moraes seja condenado e pague a elas uma indenização por ter determinado a suspensão da conta de criminosos, como Allan dos Santos.
Além de continuar descumprindo as ordens da Justiça brasileira, as empresas ligadas à extrema direita querem que o ministro Alexandre de Moraes seja punido nos Estados Unidos.
A AGU acionou seu escritório nos EUA para apurar o caso. Um membro do órgão declarou ao g1 que a movimentação da Rumble e da Trump Media “não é ação contra Alexandre de Moraes. É ação contra o Estado brasileiro”.
Por descumprimento de ordens judiciais, o STF determinou, em fevereiro, o bloqueio da Rumble no Brasil e o pagamento de R$ 50 mil como multa diária. A rede social não tinha sequer representante legal no Brasil, ignorando a legislação do país.
Na ação protocolada em um tribunal federal da Flórida, Estado onde está sediada a Rumble, as empresas citam a abertura do inquérito contra Eduardo Bolsonaro como “tentativa de estender a autoridade judicial brasileira para além de suas fronteiras a fim de suprimir a dissidência política e a defesa de interesses que ocorrem dentro dos Estados Unidos”.
O filho de Jair Bolsonaro se licenciou da Câmara dos Deputados e está, desde março, fazendo campanha nos Estados Unidos para que Alexandre de Moraes seja sancionado.
Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), Eduardo está tentando atrapalhar o seguimento do processo em que o pai é réu por golpe de estado.
O advogado da Trump Media, Martin de Luca, falou à revista Veja que Alexandre de Moraes faz “uso da lei e do sistema judicial para neutralizar seus adversários políticos ou críticos para não ter que debater com eles e concorrer com eles nas eleições”. Ao que se sabe, Moraes é magistrado e não político. Não é candidato a nenhum cargo eleitoral, pelo menos por enquanto.
Ele defendeu que Moraes seja sancionado economicamente nos EUA por supostas “violações contra direitos humanos”. Segundo ele, para avaliar o caso “não precisa ser expert em Direito, é senso comum”.
Para o representante da empresa de Trump, Alexandre de Moraes deveria “mudar o comportamento do que está levando a essa designação de sanções econômicas” ou revogar as decisões judiciais que o desagradam para evitar sanções.
É só o que faltava. Os criminosos querendo regular a Justiça!