Manifestantes em Seul apoiaram a cúpula da reconciliação coreana, que reunirá na próxima sexta-feira (27) o líder da Coreia Popular, Kim Jong Un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em Panmunjon, enquanto Seul anunciou a instalação de uma linha direta entre os palácios de governo em Pyongyang e Seul.
Nos últimos dias, vários passos foram dados para favorecer o clima de aproximação e boas perspectivas “entre nós coreanos” – como assinalou o líder Kim em sua conclamação de Ano Novo. Kim Jong Un anunciou no sábado a suspensão dos testes nucleares e de mísseis, assim como o fechamento da área de provas atômicas. A decisão foi saudada por Seul, que a considerou um “avanço significativo para a desnuclearização da península coreana”. Nação milenar, a Coreia se encontra divida pela presença das tropas dos EUA que já dura 73 anos, e tenta abrir caminho para a reunificação pacifica.
Nos EUA, foi confirmada pelo próprio presidente Donald Trump a visita sigilosa do diretor-geral da CIA, Mike Pompeo, para tratativas sobre inédita cúpula a Coreia Popular e os EUA, que afaste a ameaça de guerra e coloque sobre a mesa a discussão da assinatura de acordo final de paz que substitua o armistício em vigor desde 1953.
“Como já comprovamos a efetividade das armas nucleares, não precisamos mais realizar testes nucleares ou mísseis balísticos intercontinentais”, afirmou Kim. Ele convocou o Partido do Trabalho e toda a nação a “se concentrar agora no desenvolvimento da economia socialista”.
A força de dissuasão nuclear da Coreia Popular só foi criada, sob enormes esforços e sacrifícios do povo coreano, devido à decisão do então governo W. Bush de ameaçar o país com um “ataque nuclear preventivo”, fazendo letra-morta das garantias do Tratado de Não-proliferação.
A próxima cúpula intercoreana e o desenvolvimento positivo para a possível cimeira Kim-Trump expressam a vitória da política, pleiteada pela Rússia e China, de “duplo congelamento, com o fim dos testes pelo norte, e suspensão no sul das manobras militares dos EUA no sul”, para permitir negociações sem pré-condições, no lugar das ameaças de guerra nuclear e mais sanções. As manobras EUA-Seul de abril foram as mais modestas em muitos anos. Moscou e Pequim saudaram a decisão tomada por Pyongyang de suspensão dos testes. Por sua vez Trump classificou o anúncio de Kim como “uma ótima notícia”.