
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o governo dos Estados Unidos “não consegue lidar com a perda de hegemonia” e pratica uma “política neocolonial” com o tarifaço contra o Brasil.
A Rússia manifestou estar pronta para “intensificar a cooperação” com seus parceiros “para combater a pressão e sanções unilaterais ilegais e construir uma ordem mundial verdadeiramente multilateral, justa e em pé de igualdade”.
Zakharova falou que as sanções contra o Brasil configuram “um atentado direto contra a soberania (…), uma tentativa de ingerir nos seus assuntos internos, para não mencionar que pode atrapalhar o crescimento econômico, perturbar cadeias de fornecimento e fragmentar a economia global”.
“Contudo, nossa opinião é que nenhum conflito tarifário ou sanções econômicas são capazes de alterar o curso natural da história”, acrescentou.
“Washington não consegue lidar com a perda de hegemonia na emergente ordem mundial multipolar e continua a adotar uma política neocolonial na tentativa de manter a sua posição, utilizando alavancas politizadas de pressão econômica contra aqueles que se recusam a seguir-lhe na esteira no cenário internacional”.
“Contrário aos princípios do livre comércio, que antes foram promovidos pelos próprios países ocidentais, observa-se a prática do protecionismo politicamente motivado e o aumento voluntário de barreiras tarifárias, o que afetou, entre outros, um dos nossos principais parceiros na CELAC [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos], o Brasil”, explicou Zakharova.
O ditador Donald Trump impôs taxas de 50% para diversos produtos brasileiros. Em carta, ele falou que as sanções ocorrem para tentar impedir o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por organizar um golpe de Estado. As taxas passaram a valer nesta quarta-feira (6).
Os EUA têm ameaçado com taxas os principais países do BRICS, buscando enfraquecer o bloco. Nesta quarta-feira (6), Trump anunciou uma sobretaxa de 25% para os produtos da Índia por estar comercializando com a Rússia.