
Por videoconferência, os presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Xi Jinping (China) inauguraram na segunda-feira (2) o gasoduto Poder da Sibéria, que fornecerá anualmente 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural russo à China, durante 30 anos. A inauguração estava prevista para 20 de dezembro, mas o gigantesco gasoduto de 3.000 km de comprimento foi concluído antes do previsto.
“A torneira está aberta, o gás está sendo fornecido ao sistema de transporte de gás” da China, anunciou o presidente da Gazprom Alexey Miller a Putin, desde a estação de compressão Atamanskaya perto da fronteira chinesa, marcando a entrada em operação do gasoduto construído em tempo recorde. Também da estação Heihe, no nordeste da China, e do campo de gás Chayandin, os presidentes foram informados de que tudo estava funcionando como esperado.
O duto conecta os campos de gás do leste da Sibéria aos centros industriais do norte da China e abastecerá a grande região em torno de Pequim e ao longo da costa para Xangai. É o maior contrato da Gazprom de todos os tempos, e o investimento na construção do gasoduto e instalações integrantes chegou a US$ 50 bilhões.
“Este movimento está levando a cooperação estratégica russo-chinesa em energia a um nível totalmente novo”, disse Putin a Xi via videolink, de Sochi.
“O gasoduto da rota leste é um marco histórico da cooperação energética China-Rússia e um paradigma de profunda convergência dos interesses de ambos os países e de cooperação vantajosa para todos”, assinalou desde Pequim Xi, que agradeceu também às equipes de construção dos dois países.
O presidente russo salientou a importância de que o gasoduto para leste haja sido inaugurado por ocasião do 70º aniversário das relações diplomáticas Rússia-China e saudou o trabalho de cinco anos das equipes de construção de ambos os países sob condições climáticas extremas.
A inauguração do gasoduto não é apenas um resultado importante no estágio atual, mas também um novo começo para a cooperação futura, disse Xi, que junto com Putin anunciou em junho em Moscou a elevação dos laços bilaterais a uma ampla parceria estratégica de coordenação na nova era.
Salientando que ele e Putin concordaram em continuar colocando os laços bilaterais como prioridade das relações externas um do outro e aprimorando a coordenação e cooperação estratégica, Xi pediu aos dois países que redobrem seus esforços para iniciar mais projetos importantes como esse gasoduto do ramal leste, para impulsionar o desenvolvimento de ambos os países e beneficiar os dois povos.
Putin assinalou, ainda, que a entrada em operação do novo gasoduto “nos aproxima de alcançar a meta estabelecida em conjunto com o presidente Xi de estender o intercâmbio comercial bilateral para US$ 200 bilhões em 2024”.
Trata-se do primeiro gasoduto entre a China e a Rússia, cuja negociação durou mais de uma década. O histórico acordo de US$ 400 bilhões para o fornecimento de gás pelo gasoduto Poder da Sibéria foi fechado em 2014 entre a principal empresa de energia russa Gazprom e a China National Petroleum Corporation (CNPC).
Gazprom planeja começar com entregas de 10 milhões de metros cúbicos por dia e pretende atingir a capacidade máxima até 2025. As exportações mínimas para a China via gasoduto serão de 5 bilhões de metros cúbicos em 2020, 10 bilhões em 2021 e 15 bilhões em 2022, segundo a empresa russa.
O consumo de gás na China, a maior economia da Ásia, aumentou nos últimos anos, à medida que o governo estimula residências e fábricas a usá-lo em vez de carvão para combater a poluição do ar. As importações atingiram 43% do suprimento total de gás em 2018, com cerca de dois quintos chegando por gasodutos da Ásia Central e Mianmar, e o restante adquirido como GNL.
A Gazprom pretende se tornar o maior fornecedor da China, representando mais de 25% das importações de gás até 2035, à medida que a demanda por gás natural crescer. A China é o maior importador mundial de petróleo e o segundo maior comprador de gás natural.
Três dias antes, outro marco nas relações sino-russas. Foi inaugurada a muito aguardada ponte rodoviária sobre o rio Amur, ligando a cidade chinesa de Heihe e a cidade russa de Blagoveshchensk.
Com 1.284 metros de comprimento e 14,5 metros de largura, a ponte para ligar o nordeste industrial chinês e a Sibéria custou cerca de US$ 358 milhões, 80% deles bancados pela Rússia. A ponte foi projetada para resistir a temperaturas de até 60 graus abaixo de zero. Até agora, o transporte entre as duas cidades era feito por balsa no verão e uma ponte flutuante no inverno.
De acordo com a agência de notícias Xinhua, a previsão é de que o tráfego entre as duas cidades chegará a 1,4 milhão de pessoas até 2020, enquanto o volume de mercadorias se multiplicará por 10, para 3 milhões de toneladas.
A.P.
Muito bom saber que a China Comunista e a Russia de Putin agem juntas em defesa de suas economias, gosto muito da China Comunista desde os tempos de Mao Tse Tung e de Deng Xiao Ping. Admiro a Russia que derrotou o regime de direita do CZAR NICOLAU. O Brasil deveria negociar mais com a China e a Russia, e deveria entender que os Estados Unidos sempre foram imperialistas e gananciosos.