No domingo, 11 de março, em Moscou, realizou-se o encontro do candidato à Presidência da Rússia, Pavel Grudinin, com as chamadas “Crianças da Guerra”, pessoas que sofreram durante sua infância e juventude a crueldade do fascismo e fizeram parte do heroísmo do povo soviético que levou o país à vitória. A reunião na Sala de Concertos de Izmailovo contou com a presença do Presidente do Comitê Central do Partido Comunista da Federação Russa, Gennady Zyuganov, do deputado da Duma (Parlamento) do Estado, D.A. Parfyonov, do primeiro secretário do Comitê da cidade de Moscou da Liga dos Jovens Comunistas, V.V. Obukhovsky, entre outras lideranças.
O candidato do PCFR, da Frente de Esquerda e das Forças Patrióticas Nacionais da Rússia, afirmou: “Aqui se reuniram as ‘reservas de ouro do país’. São as pessoas que sabem exatamente como trabalhar, como utiliza
r as enormes riquezas do país a favor do nosso povo, do crescimento, da soberania, da solidariedade”. Comentando o sucesso do Sovkhoz Lenin, cooperativa agrícola que dirige, ele observou que todo o país seria assim se não tivesse sido destruído o caminho do desenvolvimento socialista. E assinalou que a alta produção e as realizações sociais da cooperativa expressam a preservação das melhores tradições da URSS.
“O Estado de hoje não estimula o desenvolvimento da produção e da tecnologia”, sublinhou Grudinin, desenhando um paralelo entre o momento atual e o período soviético, quando o país cuidava dos cidadãos. “Um pensionista em um grande país como a Rússia deve viver bem, sem privações. E a idade para a aposentadoria, que foi conquista da União Soviética e do trabalho de toda a população, não deve ficar sob ameaça nenhuma. Esse dinheiro, se tirado dos aposentados, iria para a especulação”, disse ele, observando que segundo documento do diretor do Fundo de Pensões da Rússia, Anton Drozdov, o governo prevê elevar gradualmente a idade de aposentadoria de 60 a 65 anos para os homens e de 55 a 60 anos, para as mulheres.
Pavel Grudinin respondeu várias perguntas dos que formam uma das organizações sociais mais reverenciadas do país, entre as quais se destacaram o problema da habitação e meio ambiente, educação e desenvolvimento da ciência, a luta contra a corrupção e a reforma do sistema de impostos e tarifas.
Em seu discurso, Gennady Andreevich Zyuganov elogiou a participação dos representantes da geração das crianças da guerra e equiparou seu esforço ao dos demais participantes da Grande Guerra Patriótica, uma vez que – dentro de suas possibilidades – ajudaram a fornecer ao front muito do que era necessário naqueles anos. O líder do PCFR observou que o Estado soviético mostrou preocupação com as crianças, proporcionando educação completa e uma profissão, dando uma vida digna aos órfãos. “No ano de 1945, o orçamento da União Soviética para a educação foi cinco vezes maior do que o orçamento atual”, afirmou.
Ziuganov lembrou que a aprovação pela Duma do Estado do projeto de lei elaborado pelo Partido Comunista “Sobre as Crianças da Guerra” é bloqueada por um boicote permanente do partido de Vladimir Putin, Rússia Unida, que encontra dinheiro apenas para apoiar banqueiros e oligarcas. “Hoje existe um sistema absolutamente negativo para nosso país”, disse ele, “no qual 1,5% dos cidadãos do país capturaram 90% de toda a riqueza nacional”. O líder dos comunistas descreveu a sociedade russa como a mais injusta na Europa.
G. A. Zyuganov frisou ainda que as principais medidas do programa eleitoral do candidato do povo são a adoção das leis sobre Educação, a nacionalização dos recursos naturais e o investimento na reindustrialização do país.
O Presidente do Comitê Central do PCFR observou que, em vez de debates abertos e claros sobre programas, o governo transformou as eleições presidenciais em uma série de situações irregulares. Referiu-se ao monopólio do uso das redes de televisão, imprensa escrita e rádio pela candidatura de Vladimir Putin à reeleição, à pressão sobre personalidades e lideranças sociais para declararem apoio à sua candidatura. “Estamos interessados em eleições honestas e decentes”, disse o líder dos comunistas.