Vladimir Putin, presidente da Rússia, recebeu nesta quarta-feira (22) em Sochi, cidade turística russa às margens do Mar Negro, os Presidentes do Irã e da Turquia para um encontro de grande importância para a efetivação do processo de paz na Síria.
Dois dias antes Putin havia recebido também em Sochi o Presidente da Síria, Bashar Al Assad.
Putin, responsável em grande parte pela vitória do governo sírio contra o Estado Islâmico e grupos de “oposição” e mercenários terroristas sustentados por EUA e Arábia Saudita, mediou o debate entre Hassan Rouhani, Presidente do Irã e Taiyp Erdogan, Presidente da Turquia em reunião na qual os três presidentes acordaram lançar uma grande ofensiva diplomática para finalmente acabar com a guerra na Síria e a apoiar a proposta russa de realização também na cidade de Sochi do Congresso do Povo Sírio.
O Presidente da Rússia quer que o congresso do povo sírio inicie um diálogo paralelo a um processo de discussão da paz patrocinado pela ONU que acontecerá em Genebra.
À imprensa e ao lado de Rouhani e Erdogan o presidente da Rússia afirmou que “o Congresso do Povo Sírio examinará questões chaves na agenda nacional da Síria. Em primeiro lugar está a elaboração de um quadro para a futura estrutura do Estado, a adoção de nova constituição e, com base nisso, realização de eleições sob supervisão da ONU.”
Logo após a reunião em Sochi, o Presidente do Irã declarou à imprensa que “a importante reunião entre os presidentes da Rússia, do Irã e da Turquia deve preparar o caminho para um congresso de diálogo nacional sírio sobre o futuro do Estado árabe. O congresso do povo sírio em Sochi vai se realizar entre dois importantes eventos pois se realizará depois das recentes vitórias chaves contra o Estado Islâmico na Síria e Iraque e precede um outro congresso planejado pela ONU para conversações sobre o futuro da Síria. É importante que nessa reunião levemos a cabo consultas sobre esse congresso que sem dúvida será benéfico para os interesses do povo sírio”, afirmou Hassan Rouhani.
Rouhani também expressou o desejo de que a declaração final da reunião de Sochi, realizada exatamente depois da iniciativa dos três países em propor em Astana o cessar fogo na Síria, prepare o terreno para um bom futuro para a Síria e sublinhou que “o destino do país árabe deve ser decidido apenas pelo povo sírio, não por partes estrangeiras.”
Nas últimas 48 horas as televisões estatais sírias transmitiram imagens de soldados fazendo o sinal da vitória depois de expulsarem o Estado Islâmico de Abu Kamal, na fronteira leste com o Iraque, última cidade que ainda estava sob a dominação terrorista na Síria. Em Damasco a vitória também foi bastante comemorada. No norte da Síria ainda resiste ao governo do país um grupo de “oposição” sustentado e financiado pelos EUA.
Um dos responsáveis da ONU pela organização do congresso sírio em Genebra participou também nesta quarta (22) em Riad na Arábia Saudita de uma reunião de grupos de oposição ao governo sírio que sob os auspícios do rei saudita e apoio dos EUA se articulam para frustrar o acordo de paz. Querem derrubar Bashar Al Assad. Mas o presidente sírio é o líder indiscutível do povo sírio que derrotou o Estado Islâmico e o terrorismo nessa conflagrada região do Oriente Médio.
Por outro lado, Putin está seriamente comprometido em fazer a paz garantindo um bom futuro para a Síria, para isso, além de buscar muitos importantes apoios, após conversar com Assad, fez contato com Washington e Telavive.
A vitória será do povo sírio. Os refugiados involuntários que perambulam famintos pela Europa em busca de um exílio que lhes é negado poderão ter novamente sua pátria para reiniciar a construção de suas vidas destruídas pela guerra e a ganância imperialista.
ROSANITA CAMPOS