O vice-chanceler russo, Alexander Grushko, advertiu que o plano da Otan de aumentar sua capacidade militar na Europa conduzirá a uma “deterioração considerável da segurança no continente”. Ele acrescentou que a Rússia irá tomar “todas as medidas militares e técnicas que garantam nossa segurança e nossa capacidade de defesa”, afirmou Grushko, na segunda-feira (11), durante coletiva de imprensa. A mais recente provocação contra a Rússia prevê 30 batalhões terrestres da Otan, 30 esquadrões de combate aéreo e 30 navios de guerra, disponíveis para utilização em 30 dias após colocados em alerta, cada batalhão em média com 1.000 soldados.
Este ano, a Otan já organizou cerca de 100 manobras de guerra na Europa, um acréscimo de 20% com o mesmo período de 2017. Neste dia 15, está se encerrando o Saber-Strike 2018, iniciado no dia 3, com 18 mil soldados de 19 países (em 2013, essa operação reuniu tão somente 2 mil). Até Israel, pela primeira vez, participou de um exercício, o Swift Response. Em maio, outro exercício militar envolveu 15 mil soldados no Báltico. Em outubro, vai ocorrer a Trident Juncture, com 35 mil soldados de 30 países, 70 navios de guerra e 130 aviões. A Anakonda, em novembro, é ainda maior: 100 mil soldados, 5 mil veículos, 150 aviões e 45 navios de guerra.
Como assinalou o site Strategic Culture Foundation, “se isto não é uma preparação aberta para guerra, o que seria?”. De acordo com o general ianque Mark Milley, do Estado Maior Conjunto, “tendo forças da Otan de larga escala nos Estados bálticos e Polônia, bem como falta de transparência – nós vemos uma séria preparação para uma grande guerra”. Além disso, há a instalação de sistemas Aegis no teatro europeu, que violam o Tratado de Proibição de Mísseis de alcance intermediário.
Ao ser indagado sobre a resposta russa frente às provocações da Otan, o vice-chanceler russo afirmou que “não deve haver dúvidas quanto a isso” e que está “confiante de que a Otan compreende muito bem que estamos de olho no seu desenvolvimento militar”.