“A Rússia está em luta para que nada disso volte a acontecer na história da Humanidade”, enfatizou putin – em encontro com líderes judeus russos – e referindo-se aos combates no Donbass e pela desnazificação da Ucrânia
“A Rússia é firmemente contra o esquecimento de crimes nazistas”, afirmou na quinta-feira (26) o presidente Vladimir Putin, na véspera do Dia Internacional da Memória do Holocausto, em conversa com dois líderes judaicos do país, aos quais sublinhou a necessidade de preservar a memória dos crimes cometidos contra os judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
“A Rússia é categoricamente contra o esquecimento de tais crimes, que não têm estatuto de limitações”, disse em reunião com Berel Lazar, rabino principal da Rússia, e Aleksandr Boroda, diretor da Federação de Comunidades Judaicas russa. Putin acrescentou que a Rússia está travando uma luta e seguindo uma política que busca garantir que “nada como isso volte a acontecer na história da Humanidade”.
O Dia Internacional da Memória do Holocausto, 27 de janeiro, foi instituído na data em que o Exército Vemelho da URSS entrou no campo de extermínio da Auschwitz e libertou os prisioneiros sobreviventes.
O líder russo lembrou que a maioria dos judeus exterminados pelos nazistas eram cidadãos da URSS e “esta é a nossa dor comum”.
“Não há dúvida de que este trabalho” – disse Putin, referindo-se à missão russa no Donbass em solidariedade os cidadãos de fala russa ameaçados, perseguidos e humilhados pelo regime de Kiev – “será e é uma contribuição significativa para a descoberta dos crimes do nazismo também contra os próprios judeus. Sabe-se que as organizações judaicas em todo o mundo apoiam esse trabalho de nossa parte. Fazemos o máximo para garantir que isto também seja apoiado em nível internacional”, assinalou.
“Infelizmente, muitos países se esquivam, sob vários pretextos, do trabalho de solidariedade nesta importante questão. Mas independentemente da situação política atual, continuaremos fazendo isso”, garantiu o presidente da Rússia.
CRIMES CONTRA CIVIS NA UCRANIA PERPETRADOS POR NAZISTAS
Vladimir Putin enviou mensagem aos organizadores e participantes dos eventos dedicados ao Dia Internacional da Lembrança das Vítimas do Holocausto e ao 78º aniversário da libertação pelo Exército Vermelho dos prisioneiros do campo de concentração Auschwitz-Birkenau.
“O esquecimento das lições de história leva à repetição de terríveis tragédias. Prova disso são aqueles crimes contra civis, limpeza étnica e ações punitivas organizadas na Ucrânia por neonazistas. É contra este mal que nossos soldados estão agora combatendo com coragem e ombro a ombro”, observou.
Em comunicado publicado pelo Kremlin, o líder russo ressaltou que “Devemos entender claramente que qualquer tentativa de redefinir a contribuição do nosso país na Grande Vitória significa realmente justificar os crimes do nazismo, abre caminho para o ressurgimento de sua ideologia assassina”.
DECISÃO EXTREMAMENTE PERIGOSA
O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, se dobrou às pressões de Washington e anunciou na quarta-feira (25) que Berlim irá enviar ao regime de Kiev 14 tanques Leopard 2 de fabricação alemã, e que está liberando outros países que os possuam a fazerem o mesmo.
Serguei Nechaev, embaixador russo em Berlim, classificou a decisão como “extremamente perigosa” e que leva o conflito a “um novo nível de confronto”.
“A escolha de Berlim significa a recusa final da Alemanha em reconhecer a responsabilidade histórica perante nosso povo pelos terríveis e eternos crimes do nacional-socialismo durante a Grande Guerra Patriótica, esquecendo o difícil caminho da reconciliação pós-guerra entre russos e alemães”, destacou o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu.
Kiev se declarou abertamente herdeira da obra dos colaboracionistas ucranianos, afirmou o militar russo: “Após a dissolução da União Soviética, Washington fez tudo para fazer da Ucrânia um antípoda da Rússia. Foi encorajada a promoção de legislação que proibia a língua russa, a mídia russa, a cultura russa – tudo o que estivesse ligado ao nosso país”.
Ele lembrou ainda que a decisão de fornecer tanques foi tomada por Berlim perto do 80º aniversário da quebra do bloqueio alemão a Leningrado, que custou a vida de centenas de milhares de cidadãos soviéticos.