O representante da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, embaixador Vasily Nebenzya, repeliu a provocação montada pelo governo May no chamado ‘caso do envenenamento do ex-espião Skripal e sua filha’ e reiterou que a Inglaterra segue ignorando o pedido da Rússia para que a questão seja tratada conforme as normas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), de que os dois países são membros. Como o chanceler Sergei Lavrov já tinha assinalado, por essas normas, a Inglaterra tem de fornecer à Rússia uma amostra do que diz ser o ‘agente nervoso’, para que seja testado e analisado, e a Rússia tem dez dias para apresentar uma resposta. Moscou também pediu que a reunião do CS seja aberta e não a portas fecha das, para garantir a transparência.
“Isso é algo que beneficia a Rússia na véspera das eleições russas e da Copa do Mundo?”, questionou Nebenzya, quanto a quem interessa o ataque. Ele descreveu Skripal como “perdoado” e “não mais uma ameaça para a Rússia”, ao mesmo tempo em que é “a vítima perfeita que poderia justificar qualquer mentira impensável, qualquer tipo de intrusão que prejudique a Rússia”. “O ultimato britânico não é digno de nossa atenção e é nulo e sem efeito”, disse ele. “Confiamos em que haverá o fornecimento de amostras das substâncias para exame para uma investigação conjunta. Isso não & eacute; opcional, isto é um requisito obrigatório. Não temos nada a temer e nada a esconder”. Lembrando obviamente a encenação cometida pelo então secretário de Estado Colin Powell no Conselho de Segurança da ONU com o famoso vidrinho falso com “antrax”, Nebenzya acrescentou que já não é necessário “mostrar os tubos de ensaio do Conselho com substâncias brancas”, bastando “cartas com acusações”.
No debate no parlamento inglês, o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, depois de dizer que esse tipo de ataque é inaceitável, afirmou que qualquer resposta deve basear-se em “evidências claras” e perguntou se o governo May havia “acionado a OPAQ”. Ele também perguntou “qual a resposta ao pedido da Rússia de uma amostra do agente nervoso” para que ela teste. May insistiu em que a Rússia já teve a chance de explicar e em última instância alegou que Londres não precisa provar nada, basta acusar.