Ele disse que o prefeito e o governador exageraram. O candidato de Bolsonaro se irritou também ao ser cobrado sobre um calote de R$ 7 milhões em seu condomínio. ‘A dívida não é tudo isso e nós estamos tentando reverter’, argumentou a defesa
O candidato do Republicanos à Prefeitura de São Paulo, deputado Celso Russomanno, se irritou com um jornalista nesta quinta-feira (22) ao ser indagado sobre a execução de uma dívida de condomínio.
Durante visita à Ceagesp, em São Paulo, ele ficou com muita raiva ao ser indagado sobre uma dívida de R$ 7 milhões executada em um de seus condomínios, segundo os autos da ação.
Russomanno teve as contas bancárias bloqueadas em quatro bancos, um prédio penhorado e seus carros incluídos em um cadastro de restrição judicial para comercialização. Tudo em razão de uma ação de cobrança que tramita na Justiça de Brasília. O candidato bolsonarista é acusado de dar calote em uma empresa que alugou para ele um edifício onde funcionou o Bar do Alemão, em Brasília. Russomanno era sócio e administrador do estabelecimento.
“Existe ali uma falsificação da assinatura da minha mulher nesse processo. Sabia que tinham falsificado a assinatura? Você sabia? Quando for resolvida a incidência de falsificação, nós vamos resolver o problema. Agora falsificar assinatura é crime. Você está protegendo o falsificador?”, indagou ao repórter.
Além do condomínio, ele deu calote também nos funcionários que recorreram à Justiça para cobrar seus direitos. Segundo a defesa de Russomanno, o candidato detinha apenas 30% da dívida, e o valor de R$ 7 milhões não corresponde à realidade. A defesa também informou que está buscando a reversão da ordem judicial de primeira instância.
COVID-19
Indiferente aos mais de 155 mil brasileiros mortos pela Covid-19, Celso Russomanno questionou a gravidade da pandemia. Ele disse que a pandemia do novo coronavírus “não dizimou ninguém”.
Contudo, apenas na cidade de São Paulo, quase 14 mil pessoas morreram pela doença desde março. “Por acaso a tal da Covid-19 dizimou todo mundo? Dizimou ninguém”, disse durante transmissão ao vivo pelo canal Vlog do Lisboa.
O estado tem mais de 38 mil mortes confirmadas até o momento pela Covid e está com a média de mortes estacionada em torno de cem por dia. Para sustentar o seu argumento, o candidato comparou com o número de mortes entre moradores de rua em São Paulo.
Macaqueando Bolsonaro, que se recusa até a comprar a vacina para livrar a população da pandemia, Russomanno atacou o prefeito da capital e o governador, dizendo que eles exageraram a gravidade do problema.
Em outra entrevista, desta vez na TV Globo, nesta mesma quinta-feira, o candidato voltou a perder as estribeiras. Desta vez foi quando perguntado se seguiria orientações da Igreja Universal do Reino de Deus, caso seja eleito nas eleições de outubro.
Russomanno queixou-se de ter que ouvir esse tipo de questionamento e negou que o PRB (atual Republicanos) seja controlado pela Igreja. “É triste isso daí (perguntas se ele tem relação com a Igreja Universal)”, disse ele.