“Bolsonaro está mais preocupado em combater o comunismo no mundo do que em governar o país”, destaca o prefeito
O prefeito Bruno Covas (PSDB-SP), que está se recuperando de um tratamento contra um câncer no aparelho digestivo, afirmou, na quarta-feira, (01) em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, na Folha, que “São Paulo é a cidade símbolo da luta pela democracia”.
Ele disse isso ao criticar o autoritarismo do governo federal e as diversas censuras patrocinadas por membros da administração Bolsonaro neste ano. “Aqui é um espaço democrático”, acrescentou, salientando que “a cultura é um pouco isso. Não dá para censurar”.
“Eu sinto o presidente muito mais preocupado em derrotar o comunismo no mundo do que em resolver o rombo orçamentário, investimento que precisa ser retomado, o crescimento econômico”, acrescentou Bruno Covas.
“Há uma dificuldade de deixar de lado o palanque para focar no dia a dia. Eu lamento porque [o governo Bolsonaro] fica muito mais no discurso político do que na gestão do dia a dia da Presidência”, disse.
Ele anunciou que, em janeiro, São Paulo vai fazer o festival Verão sem Censura [que inclui espetáculos censurados ou criticados pelo governo Bolsonaro].
“Aliás, espero que aqui as quatro estações sejam sem censura”, destacou Bruno Covas.
“A av. Paulista abriga qualquer tipo de manifestação – seja a do Lula Livre, seja a do passe livre, seja a do impeachment, seja a favor da volta da ditadura. Aqui é um espaço democrático”, observou Covas.
“Eu me lembro muito bem quando um diretor do Banco do Brasil foi mandado embora porque fez um comercial com atores LGBT. Como se isso fosse uma ideologia de gênero. Uma bobajada sem fim”, avaliou.
“Esse tipo de discurso não combina com São Paulo. Aqui, no mesmo feriado [de Corpus Christi, em junho], nós temos a maior Marcha para Jesus do país e a maior Parada LGBT. E eu fui aos dois neste ano”, brincou o prefeito.
“Quanto mais a cidade fomenta eventos, atrações culturais, é geração de emprego e renda na veia. Prefeito tem que se preocupar com isso”, argumentou. “Não é uma questão de gostar ou não gostar. A cultura não é a que eu aprecio. É a que representa o que o povo pensa”, disse Bruno Covas.