
A Sabesp, privatizada recentemente pelo governo do Estado de São Paulo, enfrenta uma grave crise em seus sistemas digitais desde a última quinta-feira, 17 de outubro. Segundo denúncias recebidas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), a empresa está operando sem sistema devido a um apagão digital, afetando serviços essenciais.
De acordo com o Sintaema, a única plataforma que continua operando é o sistema de Controle de Reservatório (COO). Todos os demais sistemas, como os setores Comercial, Poupatempo, Leitura e Atendimento ao Cliente, estão paralisados. “Os trabalhadores só conseguem acessar os sistemas via internet de celular ou redes externas”, afirmou a direção do sindicato, destacando o esforço dos profissionais para manter o funcionamento mínimo das operações.
O sindicato também relatou que a população já começa a sofrer as consequências do apagão. “Diversas reclamações de clientes foram registradas em plataformas de avaliação, como o Reclame Aqui!, devido ao corte indevido no fornecimento de água que, por falta de sistema, não pode ser religado”, afirmou o Sintaema. A paralisação afeta todas as unidades da Sabesp no estado, e o sindicato já cobrou explicações da empresa.
A crise vem à tona poucos meses após a privatização da Sabesp, que levantou R$ 7,9 bilhões com a venda de 17% de sua operação. Embora a empresa tenha informado hoje, 22 de outubro, que foi alvo de um ataque cibernético, negou que o fornecimento de água e esgoto tenha sido impactado. Em comunicado, a Sabesp garantiu que está tomando medidas para restabelecer a integridade do sistema, mas não há previsão de normalização completa dos serviços.
O Sintaema criticou a gestão da empresa após a privatização, afirmando que “o caos atual nunca havia sido visto antes” e que o apagão digital reflete problemas de administração e falta de planejamento. O incidente coloca a Sabesp no centro de um debate sobre a segurança cibernética e a eficácia das privatizações no setor público.
“A situação está um caos. Desde quinta, só o sistema de Controle de Reservatório (COO) que funciona, os demais sistema os trabalhadores só conseguem acessar via internet do celular ou redes externas”, explica a direção do Sintaema.
Com o aumento de ataques digitais a grandes corporações no Brasil, como os recentes casos da Totvs e do Grupo Fleury, a Sabesp agora se junta a essa lista, enfrentando desafios em manter a continuidade dos serviços e a confiança da população em meio a um cenário de crescente vulnerabilidade.