O salário médio de admissão no ano passado foi de R$ 1.921,19, contra R$ 2.000,26 em 2020
Em 2021, o salário médio de contratação em vagas com carteira assinada encolheu 3,95% em comparação com a média paga em 2020 para novas vagas com carteira assinada, em valores corrigidos pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Essa é a primeira queda em cinco anos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na segunda-feira (31).
O salário médio de admissão no ano passado foi de R$ 1.921,19, contra R$ 2.000,26 em 2020, em valores corrigidos pela inflação. Ou seja, em um ano, a redução chegou a R$79,07 no valor do salário médio das contratações. A última vez que o país registrou esse tipo de queda foi em 2016, época em que a queda foi menor, de 1,4%.Sal
O IPCA fechou o ano de 2021 em alta acumulada de 10,06%, maior alta desde 2015, segundo o IBGE.
O Caged mostrou também que houve um recuo no salário médio de admissão em dezembro de R$ 1.793,34, o que representa uma queda de R$ 115,85, 6,07% em relação aos salários pagos em 2020, valor de R$ 1.909,19.
Setores impulsionaram a queda do salário médio de contratação no país:
· Setor de serviços -5,16%
· Construção 4,70%
· Comércio e reparação de veículos 3,37%
· Agropecuária 3,01%
· Indústria -1,54%
Segundo o Ministério do Trabalho, o Brasil gerou 2,73 milhões de empregos com carteira assinada em 2021, após ter perdido 191.455 vagas formais em 2020. Porém, segundo o Pnad Contínua do IBGE, que analisa o mercado de trabalho de forma mais ampla, o desemprego no Brasil continua elevado. De acordo com a última amostragem, mais de 29 milhões de pessoas estavam em busca de uma vaga de emprego no trimestre encerrado em novembro de 2021.
A Pnad Contínua do IBGE também mostrou que o rendimento real habitual caiu 4,5% no período para R$ 2.444 e recuou 11,4% em relação a igual trimestre de 2020. Foi o menor rendimento da série histórica, iniciada em 2012.
Com e economia brasileira dia a dia perdendo tração diante da inflação, do desemprego elevado, do arrocho sobre a renda, da escassez do investimento e dos juros astronômicos, o governo Bolsonaro transferiu, em 2021, R$ 448,4 bilhões de juros do setor público para o setor financeiro. Em 2020, no auge da pandemia, ele já havia entregue outros R$ 312,4 bilhões.