O ministro da Economia argentino, Martin Guzmán, afirmou que “é preciso que os salários cresçam mais que os preços”.
Guzmán informa que estará reunido com empresários e sindicalistas durante a próxima semana para levar adiante uma política acordada com base em que “a recuperação do poder aquisitivo é condição necessária para a recuperação da economia”.
Portanto, segundo ele e demais integrantes do atual governo argentino se buscará um acordo capaz de proporcionar um aumento de salários acima da inflação.
O chefe de Gabinete Presidencial, Santiago Cafiero, esclareceu que “na próxima semana convocaremos as centrais de trabalhadores e os empresários para avançar num acordo de preços e salários. Para fazer a economia crescer, devemos trabalhar juntos para recuperar os salários e o consumo”.
“Formamos um governo peronista que vai defender as paritárias livres, sem pisos nem tetos”, disse Cafiero.
O Gabinete Econômico assinalou que a indústria apresentou em novembro um crescimento de 4,5%, com uma utilização da capacidade instalada de 62%. Apesar de ainda em um patamar baixo, é “o maior valor de incremento dos últimos dois anos”, constatou.
A vice-chefe de Gabinete, Cecilia Todesca, frisou a necessidade de fortalecer o mercado interno. “O Orçamento inclui um aumento real dos salários entre 3 e 4 pontos percentuais, porque se os salários não se recuperarem fica muito difícil a economia se recuperar. Lembremos que 60% do PIB é ativado pelo consumo ”, destacou.
O ministro de Desenvolvimento Produtivo, Matías Kulfas, ressaltou que “precisamos que a reativação da economia já em curso signifique mais dinheiro no bolso dos trabalhadores, por um lado, com mais emprego e, por outro, com o salário real acima da inflação ”. Ele alertou os líderes empresariais que “temos que fazer crescer os salários sem que isso seja repassado aos preços”, para evitar uma espiral inflacionária que tornaria inócuos os reajustes.
Depois de uma queda de 12,9% do seu PIB em 2020 por conta do desastre que o governo neoliberal de Mauricio Macri causou ao país, a Argentina deve crescer 5,5% em 2021, segundo avaliações do chefe de Gabinete. “A economia começou a se recuperar”, disse. “Alguns setores já estão em níveis pré-pandemia, mostrando inclusive um melhor desempenho que em 2019”, afirmou Cafiero.