Uma pesquisa do Congresso dos Sindicatos (TUC, na sigla em inglês) apurou que os salários ainda valem um terço a menos em algumas partes do Reino Unido do que há uma década.
A Grã-Bretanha sofreu a pior queda salarial real entre as principais economias, disse o relatório do TUC. As maiores perdas ocorreram em áreas como o distrito londrino de Redbridge, Epsom e Waverley em Surrey; Selby em North Yorkshire e Anglesey no norte de Gales, segundo o estudo.
Os trabalhadores sofreram perdas salariais reais que variam de menos de 5.000 libras no nordeste a mais de 20.000 libras em Londres, conforme o relatório.
A secretária-geral do TUC, Frances O’Grady, afirmou que “o governo não conseguiu resolver a crise do custo de vida da Grã-Bretanha. Como resultado, milhões de famílias ficarão piores neste Natal do que há uma década e acrecentou: “Enquanto a renda salarial teve recuperação na maioria das principais economias, o crescimento salarial no Reino Unido segue em marcha lenta.
Stephen Clarke, analista econômico sênior da Resolution Foundation thinktank, disse: “Enquanto os salários estão agora crescendo no ritmo mais rápido da última década e o nível do emprego está melhor, o grande problema é que a remuneração real – descontada a inflação – ainda é quase £ 5.000 mais baixa que em 2007, um ano antes da quebra do Lehman Brothers que desatou a crise de 2008.
“DÉCADA PERDIDA”
Os trabalhadores britânicos enfrentaram uma “década perdida” para o crescimento dos salários, disse o economista-chefe do Banco da Inglaterra, Andy Haldane. Os ingleses tiveram o crescimento mais fraco dos salários reais entre os países mais avançados do G20, segundo dados da ONU.
Os números fornecem uma comparação internacional para os danos aos padrões de vida no Reino Unido desde a crise financeira de 2008.
O economista Haldane disse ainda que o crescimento do trabalho inseguro e de má qualidade na economia britânica contribuiu para o mau desempenho, enquanto o declínio dos sindicatos e o crescimento lento da produtividade também tiveram um impacto para a não recuperação dos salários.