Investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em crimes de contrabando de madeira florestal e movimentação financeira ilícita no escritório de advocacia de que é sócio, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é alvo de mais uma investigação.
O Ministério Público de São Paulo apura se houve enriquecimento ilícito do atual ministro de Bolsonaro na época em que fez parte da equipe do governo de Geraldo Alckmin. Salles foi secretário pessoal de Alckmin de março a novembro de 2014 e, de 2016 a agosto de 2017 foi secretário estadual do Meio Ambiente. Os promotores investigam o salto no patrimônio do ministro que, no período, cresceu R$ 7,4 milhões.
O foco da investigação são as movimentações financeiras do escritório de advocacia que Salles mantém em sociedade com a mãe, em São Paulo, e que movimentou R$ 14,1 milhões em operações consideradas atípicas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf), órgão de prevenção à lavagem de dinheiro do governo federal.
Com a investigação, a Justiça determinou a quebra de sigilos bancários e fiscal de Salles, da mãe dele, Diva Carvalho de Aquino, e do escritório, para apurar se houve enriquecimento ilícito do atual ministro de Bolsonaro na época em que fez parte da equipe do governo paulista.
No relatório da investigação sobre exportação ilegal de madeira enviado ao Supremo pela Polícia Federal consta operações financeiras de Salles suspeitas a partir do mesmo escritório durante o período em que exerce o cargo de ministro do Meio Ambiente.
O mesmo relatório aponta que cerca de R$ 2,8 milhões foram transferidos pelo escritório para a conta pessoal do atual ministro entre 2012 e 2017.
A apuração da Promotoria de São Paulo, que foi à Justiça para pedir a quebra de sigilo bancário, se deu após avaliar informações sobre o que foi recebido por ele tanto do seu escritório como do governo paulista e concluir que os dados eram insuficientes para explicar o ganho de patrimônio.