A cantora Anitta aderiu à campanha pela saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente. Nesta quarta-feira (21), ela foi ao Twitter engrossar o coro pela demissão do palaciano do governo Bolsonaro. A hashtag #ForaSalles tem sido usada por personalidades, políticos de oposição e ativistas da natureza para pedir a troca da chefia da pasta.
“#FORASALLES desserviço para o meio ambiente”, escreveu Anitta na publicação que deu início à discussão com o ministro.
“Fica na sua ai, ô Teletubbie ! #FicaSalles”, escreveu o bolsonarista em resposta à postagem de Anitta.
“Que resposta madura. Quantos anos você tem? 12? Então é melhor sair do ministério anyway“, replicou Anitta.
“Se você conseguir demonstrar, sem ajuda de outra pessoa, que sabe quais são as capitais do Brasil ou pelo menos os nomes dos seis biomas brasileiros a gente começa conversar…”, retrucou Salles.
Anitta ainda disse, sem que Salles comentasse que “Ao invés de trabalhar ficam de gracinha no Twitter… esse é nosso governo teen… até eu tô mais ocupada fazendo algo pelo meu país do que você, meu querido”.
Em seguida, a cantora finalizou: “Além de imaturo é burro…. melhor sair do ministério anyways”.
Depois do bate-boca, Anitta compartilhou em seu perfil do Twitter, uma reportagem sobre o desmatamento na Amazônia e afirmou: “O estrago que esse governo promove na Amazônia é evidente! #ForaSalles”.
A cantora ainda lançou enquetes debochando da conduta de Salles. Anitta questionou: “O que faz um ministro do meio ambiente? @rsallesmma Defende a natureza ou Fica de trelelê no twiter”.
O deboche continuou, Anitta ainda questionou o ministro. “Onde vive o Mico Leão dourado? @rsallesmma, Amazonia ou Mata Atlântica?”
Anitta ainda compartilhou um vídeo falando sobre a atuação do governo Bolsonaro e do ministro Ricardo Salles, na Amazônia.
A discussão se deu na véspera da participação do presidente Jair Bolsonaro na cúpula do clima convocada para esta quinta-feira (22), pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
A cúpula acontecerá exatamente um ano depois da reunião ministerial em que Salles afirmou que, enquanto a imprensa estivesse preocupada com a pandemia de Covid-19, era preciso “ir passando a boiada” da desregulamentação da legislação ambiental.
Ricardo Salles foi alvo de uma notícia-crime – instrumento usado para alertar uma autoridade policial ou o Ministério Público da ocorrência de um ilícito-, no Supremo Tribunal Federal, por obstruir ou dificultar “ação fiscalizadora do Poder Público em questões ambientais”.
A ação foi apresentada no último dia 14, pelo então superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, ao Supremo Tribunal Federal.
A ação também acusa o ministro de integrar organização criminosa e exercerem advocacia administrativa.
Segundo a notícia-crime, o ministro “de forma consciente e voluntária, e em unidade de desígnios, dificultam a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais, assim como patrocinam interesses privados (de madeireiros) e ilegítimos perante a administração pública, valendo-se de suas qualidades de funcionários públicos”.
A ação refere-se à atitude do ministro Ricardo Sales na operação Handroanthus (nome científico do Ipê, a árvore mais cobiçada por organizações criminosas na Amazônia), da Polícia Federal, que no fim do ano passado, em uma ação histórica, apreendeu mais de 200 mil metros cúbicos de madeira ilegal na região Amazônica, no valor de R$ 130 milhões.
O ministro se manifestou abertamente contrário à operação, defendeu a “legalidade” do material apreendido e a sua liberação aos criminosos, e até se reuniu com os madeireiros, se aliando a eles e defendendo em redes sociais uma solução rápida para o caso.
Para o delegado, Saraiva, Salles se aliou ao setor madeireiro “no intento de causar obstáculos à investigação de crimes ambientais e de buscar patrocínio de interesses privados e ilegítimos perante a Administração Pública”. Rebatendo o argumento do ministro de que as terras de onde a madeira foi extraída é legal e sua retirada, autorizada, o delegado afirma que isso é mentira e que as terras são derivadas de grilagem.