
O partido Liga Norte, do ministro do Interior e vice-premiê da Itália, Matteo Salvini, apresentou na terça-feira (9) um projeto que prevê a prisão do capitão e multas de até 1 milhão de euros a navios que entrarem em águas italianas para resgatar imigrantes sem autorização.
A medida de conotação fascista é uma emenda ao Decreto de Imigração e Segurança, editado por Salvini e que já estabelece sanções de 10 mil a 50 mil euros e a apreensão de embarcações que violarem os bloqueios impostos pelo país. Se a emenda for aprovada, o valor mínimo da multa passaria para 150 mil euros.
Esse decreto foi utilizado para multar e apreender os navios de duas ONGs que atracaram sem autorização no porto de Lampedusa, na Sicília, barcos da alemã Sea Watch, da capitã Carola Rackete, e da italiana Mediterranea Saving Humans.
Diante do possível aumento das sanções, a entidade Mediterranea afirmou: “A vida vale mais que um milhão. Não nos deteremos”. A porta-voz, Alessandra Sciurba, declarou em coletiva de imprensa que a ONG tem uma dívida entre multas e gastos legais de mais de 600.000 euros. Afirmou ainda que o governo italiano e outros que atuam de forma semelhante se comportam de forma inumana e não merecem serem acatados por aqueles que defendem mais justiça para a Humanidade. Sciurba pediu ajuda a possíveis doadores.
Enquanto isso, os 41 imigrantes resgatados no dia 8 pelo navio “Alan Kurdi” da ONG Sea-Eye chegaram a Malta (arquipélago na região central do Mediterrâneo, entre a Sicília e a costa do Norte da África), depois de serem transferidos para barcos da Armada desse país.
Matteo Salvini endureceu sua política anti-imigratória, e anunciou que espalhará navios militares em seus portos para bloquear ainda mais a entrada de embarcações com náufragos.