Mais de dois anos após o rompimento da barragem de Fundão em Mariana/MG, sem pagar nenhuma multa aos órgãos ambientais e sem ninguém preso, a mineradora Samarco obteve, na última segunda-feira (11), as primeiras licenças favoráveis para voltar a funcionar em Mariana. Por 11 votos a um, a Câmara de Atividades Minerárias (CMI), que compõe o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) aprovou as licenças prévia e de instalação da mina Cava de Alegria Sul.
A cava faz parte do Complexo de Germano, onde ficava a barragem de Fundão, que se rompeu em 5 de novembro de 2015 matando 19 pessoas, devastando o distrito de Bento Rodrigues, e contaminando 600 quilômetros da Bacia do Rio Doce e mais 600 da costa brasileira, que permanecem contaminadas.
De acordo com a Semad, a finalidade receber o rejeito, e quando as obras ficarem prontas, o Copam realizará uma análise para decidir se concede as licenças restantes.
Segundo a Samarco expectativa é de que as análises sejam feitas no ano que vem, mas ainda não há data para o início da retomada das atividades. De acordo com a Samarco, a retomada das atividades será gradual e as licenças prevêem o uso de 26% da capacidade minerária da empresa.
No mês em que completou dois anos do desastre a empresa anunciou um plano de demissão voluntária (PDV) de 600 trabalhadores, e afirmou que se não atingir a meta voluntariamente irá demitir. A estimativa é que até o fim de dezembro o quadro de funcionários chegue a 1.135, quase um terço dos 3.000 que haviam do rompimento da barragem.