Indicada pelo partido de oposição Aliança, Sahra Wagenknecht inicia campanha denunciando que as “sanções não têm nada a ver com moralidade, com direitos humanos, nada a ver com o amor à paz”
A candidata a chanceler da Alemanha, Sahra Wagenknecht, durante uma conferência eleitoral de seu partido, a Aliança Sahra Wagenknecht ( BSW), condenou as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) impostas à Rússia, no domingo (12), afirmando que representam “um programa assassino, que destrói as empresas alemãs e europeias” e que beneficia apenas a economia dos EUA.
“Essas sanções não têm nada a ver com moralidade, não têm nada a ver com os direitos humanos, não têm nada a ver com o amor à paz, são simplesmente um programa de estímulo econômico para a economia estadunidense e um programa assassino para empresas alemãs e europeias”, assinalou a atual deputada Wagenknecht, no contexto das eleições para o parlamento da República Federal da Alemanha (Bundestag) que serão realizadas no próximo mês.
O presidente dos EUA, Joe Biden impôs na sexta-feira (10) um pacote abrangente de sanções contra as receitas de petróleo e gás da Rússia, enquanto segue favorecendo o regime nazista de Kiev.
A candidata chamou a restaurar o fornecimento de gás russo à Alemanha. “Nós simplesmente temos que reestruturar nossas importações de energia com base no critério do menor preço e não em qualquer padrão duplo ou ideologia”, enfatizou, acrescentando que “a Alemanha não precisa de promessas eleitorais baratas: Alemanha necessita de energia barata novamente”.
“NEM MAIS UMA ARMA ALEMÃ PARA UCRÂNIA”
A questão da paz no conflito ucraniano foi outro ponto central do discurso de Wagenknecht que pediu um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia e expressou seu apoio às negociações sem pré-condições para Moscou. De acordo com a política, “nem um centavo, nem mais uma arma alemã para Ucrânia”.
Condenando a política externa de Washington e “o rastro de sangue das guerras por procuração dos EUA” ao redor do globo, Sahra enfatizou que a chancelaria alemã não deve ser “uma vassala” dos EUA.
Insatisfeita com os partidos do país, Sahra Wagenknecht fundou em 8 de janeiro de 2024 seu próprio partido: a Aliança Sahra Wagenknecht (Bündnis Sahra Wagenknecht, ou BSW), legenda que ficou em terceiro lugar nas recentes eleições regionais, se destacando no cenário político da Alemanha. Com uma agenda que combina políticas como a defesa irrestrita do controle do Estado sobre a economia com posições progressistas em questões culturais e de imigração, a BSW tem desafiado os partidos alemães tradicionais.
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, dissolveu o Parlamento em dezembro passado e convocou eleições antecipadas para 23 de fevereiro de 2025, como resultado do colapso da coalizão do chanceler Olaf Scholz, cuja submissão a Washington tem provocado a estagnação econômica prolongada da Alemanha.
Scholz liderava uma coalizão de três partidos, mas após demitir seu ministro das finanças, Christian Lindner, acusando-o de só se preocupar com os próprios interesses e não os da Alemanha, sua coalizão entrou em colapso e perdeu o voto de confiança no Parlamento.