“Sanções nos atingem mais do que à Rússia”, reclama premiê da Estônia

Inflação na Estônia é a maior da Europa (Limited Times)

A primeira-ministra estoniona, que foi apoiadora das sanções no primeiro momento, admite que suas consequências, particularmente a inflação no setor energético, tornam “cada vez mais difícil” manter os cortes nas importações vindas da Rússia principalmente gás e petróleo

“Está cada vez mais difícil alcançar a unidade dos países da União Europeia (UE) no que se refere à operação especial russa na Ucrânia devido às consequências das sanções contra Moscou”, afirmou a primeira-ministra da Estônia Kaja Kallas durante uma reunião com o premiê britânico Boris Johnson.

A ministra assinalou que as decisões de Bruxelas relativamente às novas medidas restritivas contidas no sexto pacote de sanções, que prevê, em particular, a introdução gradual do embargo às importações de petróleo russo, estão se tornando cada vez mais difíceis de serem aplicadas, principalmente devido à inflação acelerada pelo aumento dos preços de fontes de energia na UE, segundo o Daily Express.

“Estamos em um ponto em que as sanções começam a ferir o nosso lado. No início as sanções eram difíceis apenas para a Rússia, mas agora estamos chegando a um ponto em que as sanções são dolorosas para os nossos próprios países, e agora a questão é quanta dor estamos dispostos a suportar”, reconheceu Kallas.

A situação “é diferente para países diferentes. É muito difícil manter a unidade. Está ficando cada vez mais difícil”, acrescentou.

A inflação média da zona do euro foi de 8,1% em maio. No Reino Unido a taxa se manteve nos 9%. A Estônia, no entanto, registrou o valor mais elevado no bloco continental com 20%.

Até o governo de um dos países mais integrados nas políticas da Otan, e que expressa oposição à Rússia em praticamente todos os setores, expressou receio com os resultados concretos das sanções. Em fevereiro passado, segundo a Reuters, a dirigente do país do Leste Europeu já disse que todos os bancos russos e de Belarus devem ser banidos do sistema Swift, usado para realização de transações internacionais. “Nosso foco deve ser no isolamento completo da Rússia com o mundo moderno”, declarou Kallas durante conferência de imprensa.

SANÇÕES LEVAM À RECESSÃO NA EUROPA

Agora, somou-se a outros membros da União Europeia contra as sanções. Em meados de maio, o primeiro-ministro da Hungria Viktor Orban afirmou que as sanções contra Moscou são eficazes apenas no papel. Orban alertou que a crise energética e o aumento das taxas de juros conduzirão a uma era de recessão na Europa. Segundo ele, o conflito na Ucrânia e a política de sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia provocaram a crise energética.

CATÁSTROFE AMBIENTAL NA POLÔNIA 

As sanções contra a Rússia impostas pela Polônia podem resultar em uma catástrofe ambiental ao mar Báltico, afirmou Michal Dudek,responsável pelo tratamento e transporte de águas residuais da empresa Sulzer Pumps Wastewater.

O Ministério do Interior da Polônia restringiu as atividades de 35 empresas ‘suspeitas’ de terem ligações com Moscou, incluindo a Sulzer Pumps Wastewater, informou Dudek,

Segundo o funcionário, a repentina falha no funcionamento das instalações de tratamento nas cidades e empresas ameaça o mar Báltico com altos níveis de poluição.

“[Em caso de colapso] as águas residuais não tratadas serão descarregadas no receptor, ou seja, em um rio, lago ou mar”, explicou.

Dudek enfatizou que os funcionários não poderão resolver o problema, caso ocorra, pois todos os instrumentos, como combustível e veículos foram afetados pelas sanções.

“Não podemos fornecer serviços ou peças de reposição, independentemente de estarem sob garantia ou não. Uma catástrofe ambiental está se aproximando”, insistiu.

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