“Então, irmãos e irmãs, juntos vamos derrotar Donald Trump”, afirmou o candidato – até agora mais votado – ao término da primeira das primárias para a indicação do candidato à Presidência pelo partido Democrata, Bernie Sanders.
Com 62% dos votos apurados, o candidato à indicação para disputar a Presidência dos EUA pelo Partido Democrata, senador Bernie Sanders, sai na frente tendo obtido até aqui 29,4% dos votos populares (foram 1.600 urnas espalhadas por Estado de Iowa na votação do dia 4).
Os demais candidatos assim performaram: 24.87% – Pete Buttigieg; 20.65% – Elizabeth Warren; 12.92% – Joe Biden e 11.18% – Amy Klobuchar.
De acordo com o mesmo informe, quem teve desempenho melhor, até aqui, em termos de número de “delegados equivalentes”, foi o prefeito de South Bent (Estado de Indiana), Buttigieg. Ele obteve uma pequena vantagem em número de delegados sobre Sanders, segundo colocado neste quesito, 363 a 338.
A discrepância se dá, no confuso sistema adotado na votação de Iowa, porque o peso de cada centro de votação em relação ao total de delegados indicados varia. O número de delegados eleitos por votante nos municípios menores (e mais conservadores) é maior proporcionalmente do que nos municípios centrais e maiores.
Até a primária deste ano, só se sabia o resultado em termos do número de delegados tirados. Este ano, pela primeira vez, por exigência de Bernie Sanders, o número de votos populares obtidos por cada candidato também é divulgado. Para tanto, a sessão de Iowa contratou uma firma particular para elaborar um aplicativo para a transmissão dos dados urna a urna em todo o Estado mas, segundo a mesma direção, falhas no aplicativo levaram a “resultados inconsistentes” e foi necessário recorrer às tabelas existentes por escrito e anexas a cada urna, o que levou a um atraso na divulgação dos resultados.
O mais prejudicado com o resultado desta primeira rodada está sendo Joe Biden, que já ocupou a vice-presidência dos Estados Unidos e é considerado um dos preferidos pelo establishment do partido Democrata. Biden ficou somente na quarta colocação.
Já o bilionário Mike Bloomberg, com medo de passar vexame semelhante ao de Biden, preferiu não postular seu nome em Iowa, jogando milhões de dólares em publicidade e dizendo que vai se apresentar nas próximas primárias.
Enquanto Sanders deixou claro que pretende não apenas derrotar Trump, mas que sua mensagem é que “a mudança está chegando para Wall Street, as companhias de Seguro 9que lutam contra o fiasco da Previdência Pública), os monopólios da indústria farmacêutica, o complexo industrial militar e o complexo industrial prisional”; o candidato Bloomberg, que fez fortuna como assessor de Wall Street, propõe “taxar os mais ricos como eu”, mas a sua proposta se reduz apenas a eliminar os novos cortes de impostos para os mais ricos como foram aquinhoados por Trump.
Já tanto Sanders quando Elizabeth Warren, a terceira colocada em Iowa, propõe taxar de forma mais rigorosa as grandes fortunas e as grandes empresas para que o governo possa investir em planos e programas sociais que possam beneficiar os 99,9% dos norte-americanos que não estão no topo de pirâmide em termos financeiros.
De acordo com o escritor e articulista Norman Solmon, um dos líderes da campanha em favor de Bernie Sanders, “depois das dificuldades na primária de Iowa, nossa mobilização vai crescer com todas as energias voltadas para New Hampshire”. Referindo-se à segunda das primárias, que se realizará neste Estado no dia 11.
