A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo vive uma das piores crises e desde 2015 sofre com a falta de recursos. Segundo denúncias dos médicos divulgadas nesta terça-feira (6), as internações e cirurgias eletivas, aquelas que não são de emergência, estão canceladas por 60 dias desde a segunda-feira (05).
A unidade filantrópica possui 80% dos recursos oriundos do SUS (Sistema Único de Saúde) e atualmente está com um déficit que chega a mais de R$ 700 milhões.
Faltam materiais para realizar procedimentos básicos e as seringas estão em quantidade limitada. “Não há gaze no hospital”, afirmou um profissional de saúde que não quis se identificar.
A falta de medicamentos quimioterápicos também afeta diretamente os pacientes que lutam contra o Câncer. A instituição não realizou nenhum tratamento da doença nesta segunda-feira (6).
A perspectiva de melhora é quase inexistente. Na última sexta-feira (02), cerca de 20 médicos da unidade foram demitidos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Eder Gatti, a entidade quer pagar menos pelas verbas rescisórias. “Estão querendo fazer acordo para pagar um valor inferior. Estamos orientando os funcionários a procurarem assessoria jurídica do sindicato. Nós vamos estudar o motivo das demissões, vamos estudar para que nenhuma injustiça seja feita com os profissionais”, disse. Há dois meses, o hospital havia solicitado aos médicos a redução voluntária da carga horária de trabalho. Alguns funcionários aderiram à jornada reduzida, porém não foram poupados das demissões.