Em 2024, lucro do espanhol Santander aumenta 48% e atinge R$ 13,9 bilhões
A safra de relatórios dos bancos com os resultados de último trimestre e do ano de 2024 estão sendo publicados, todos com altas dos lucros, recordes de resultados, um céu de brigadeiro, longe dos resultados dos setores produtivos. O Santander não foi diferente.
O banco espanhol no Brasil registrou no quarto trimestre de 2024 um lucro líquido de R$ 3,855 bilhões, o que representou um salto de 74,9% em relação ao mesmo período de 2023. Sobre o terceiro trimestre do ano passado, o lucro cresceu 5,2%.
No total do ano os números são ainda mais polpudos. O Santander atingiu um lucro líquido de R$ 13,872 bilhões. O número representa um crescimento de 48,6% em relação a 2023. O retorno sobre o patrimônio do banco (ROE) ficou em 17,6%.
A base desses demasiadamente grandes lucros está nas altas taxas de juros praticados em todas as linhas de crédito, inclusive aquelas tidas como mais baratas, como os empréstimos consignados, que em “boas” condições, chegam a taxas de mais de 27% ao ano ou 2% ao mês. Sem falar das astronômicas taxas de juros dos cartões de crédito atingindo 450% ao ano. Na Europa e nos EUA taxas de empréstimos pessoais, como o consignado, ficam com taxas abaixo de um dígito, ao ano.
O recente aumento da taxa Selic, taxa básica de economia, de 12,25% para 13,25%, numa trajetória de quatro aumentos, desde setembro, está na raiz desse leque de taxas de juros que dominam na nossa economia e deixam os bancos muito à vontade.
O que não emprestam a terceiros, aplicam nos títulos do Tesouro ganhando, atualmente 9,18% ao ano de juros reais, a maior taxa de juros reais do planeta, com apenas uns poucos cliques.
Em 2024, o valor das despesas com juros da dívida pública federal do Brasil foi de R$ 950,4 bilhões, perto de um trilhão de reais. São recursos públicos transferidos para os bancos, valor que representa 8,05% do Produto Interno Bruto (PIB), e que foram parar no lucro dos balanços das empresas bancárias, praticamente um monopólio, que como tal, atuam pela sua própria natureza, pelos superlucros.
J.AMARO