O general Carlos Alberto dos Santos Cruz reprovou o tratamento dado a Donald Trump, presidente dos EUA, por Bolsonaro, que indicou o seu filho Eduardo – e agora desistiu pela dificuldade de emplacar – para embaixador em Washington (EUA), alegando ter amizade com o dirigente norte-americano.
“Outra coisa, a alegação de uma suposta amizade – não sei de onde veio essa amizade com o presidente (Donald) Trump. Até torci para o Trump ganhar a eleição nos Estados Unidos, questão de preferência. Mas a política americana não é baseada em amizade, é baseada nos interesses nacionais dos Estados Unidos”, afirmou o ex-ministro da Secretaria de Governo, em entrevista para o jornal digital Metrópoles, do Distrito Federal.
Na entrevista, publicada na semana passada, antes do recuo de Bolsonaro e Eduardo, o general criticou a indicação do filho, apontando que “tem de ter um nível muito alto de comportamento” para representar o Brasil nos EUA. “Esse negócio de tirar fotografia com gorro do presidente do outro país, imitar as ações do outro presidente, essa coisa toda, isso tudo eu acho que não é bom. Por isso, acredito que a diplomacia tem de ser extremamente profissional”, defendeu.
Eduardo Bolsonaro posou para fotografias com um boné da campanha de Trump pela reeleição. Além disso, disse que era capacitado para ser embaixador por que tinha fritado hambúrguer nos EUA. Eduardo ainda apoiou a política de Trump contra a imigração. Bolsonaro defendeu a construção de um muro que o presidente norte-americano pretende construir na fronteira dos EUA para impedir a entrada de imigrantes.
O general ainda questionou os ganhos do setor financeiro do país. “Ninguém consegue entender por que o cartão de crédito tem juros de 308% ao ano em um país onde a inflação é 4%, juros para aquisição de casa própria é de 7%, esse setor está fazendo sacrifício? Ou está sendo beneficiado de uma maneira fantástica? A gente tem que dar uma olhada em cada setor”.
Santos Cruz, na entrevista, também avaliou o desempenho do governo Bolsonaro, a situação econômica do país, a crise no PSL, o STF e a prisão em segunda instância, o desastre nas praias nordestinas, os grupos bolsonaristas, que ele chama de “grupos radicais”, entre outros temas.
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