São Paulo anuncia vacinação de policiais, bombeiros e professores a partir de abril

Entrega de novo lote com 2 milhões de doses da CoronaVac ao Plano Nacional de Imunização - Foto: Governo de SP

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (24) o início da vacinação para professores e policiais. Segundo o governador, João Doria (PSDB), a imunização de profissionais da segurança pública começará em 5 de abril e a dos profissionais de educação a partir do dia 12 de abril.

A imunização para idosos de 69, 70 e 71 anos também foi antecipada em um dia e começa já na próxima sexta-feira (26).  

A primeira etapa de vacinação de profissionais da educação vai abranger todos os professores, da rede pública e privada, a partir dos 47 anos. Esta primeira etapa abrangerá 350 mil professores, diretores de escolas, inspetores de alunos e outros profissionais que trabalham nas escolas das redes municipal, estadual e privada do Estado de São Paulo, o que corresponde a 40% dos profissionais apenas na rede estadual.

Para os profissionais da educação privada, o Estado irá exigir contracheques dos últimos 12 meses que comprovem o exercício da função, com o objetivo de evitar fraudes na aplicação das doses. Aqueles que forem terceirizados, como merendeiras, faxineiros etc., terão que preencher um cadastro prévio que será validado pelo diretor da instituição. O governo ainda vai avaliar a vacinação dos professores para incluir outras idades no Plano Estadual de Imunização aos poucos.

Durante a coletiva, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, apresentou mais um exemplo do impacto do fechamento das escolas na vida dos estudantes.

“Cerca de 56% das crianças aprendiam a alfabetização no final do primeiro ano, antes da pandemia. Hoje, este número não chega a 21% e traz em si ainda mais desigualdade, porque aqueles que estão aprendendo não são os que mais precisam”, afirmou o secretário.  

SEGURANÇA

Cerca de 180 mil profissionais de segurança pública também serão imunizados, entre agentes ativos da Polícia Militar, Civil, Científica e da escolta penitenciária, além dos efetivos de todas as guardas civis e metropolitanas. “Esses profissionais são essenciais e estão expostos diariamente na rua, cumprindo seu dever e obrigação de proteger a população, mas também os que estão nos serviços essenciais e na linha de frente, os profissionais da saúde”, declarou o governador.

De acordo com o general João Campos, secretário estadual de Segurança Pública, pelo menos 79 policiais da ativa morreram em São Paulo após contraírem o novo coronavírus. Ele ainda afirmou que 56% desses casos eram de agentes entre 46 e 55 anos. 

ANTECIPAÇÃO

A partir da próxima sexta-feira (26), idosos entre 69 e 71 anos poderão ser imunizados contra o coronavírus. Em todo o estado, serão 910 mil pessoas vacinadas. “Se tivéssemos mais vacinas, conseguiríamos abrir mais públicos-alvo”, afirmou Regiane de Paula, coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização, relembrando que a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan corresponde a 90% das doses aplicadas no país.

A vacinação dos profissionais da educação era uma demanda da categoria para a volta às aulas. O prefeito da capital paulista, Bruno Covas, chegou a encaminhar ofício ao Ministério da Educação pedindo que os profissionais da educação fossem colocados na fase 1 do calendário nacional de vacinação contra a Covid-19. 

São Paulo é o primeiro Estado a anunciar a vacinação de professores, iniciativa que foi adotada por alguns países, como o Chile e a Argentina.

Outros três países também colocaram os professores como prioritários na vacina: Reino Unido, França e Uruguai.

VACINAS

Na manhã desta quarta-feira (24), o governo paulista e o Instituto Butantan realizaram a entrega de mais 2 milhões de doses da CoronaVac para o Plano Nacional de Imunização. Somente no mês de março, foram entregues até agora 14,3 milhões de doses – quantitativo maior do que o disponibilizado em janeiro e fevereiro juntos -, o que representa quase 25 mil vacinas por hora.

Com o novo carregamento, o total de imunizantes oferecidos por São Paulo ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) chega a 27,8 milhões de doses desde o início das entregas, em 17 de janeiro. Até o fim de abril, o total de vacinas garantidas pelo Butantan ao país somará 46 milhões.

O Butantan ainda trabalha para entregar outros 54 milhões de doses para vacinação dos brasileiros até 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades.

A produção da vacina segue em ritmo constante e acelerado. No último dia 4, uma remessa de 8,2 mil litros de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), correspondente a cerca de 14 milhões de doses, desembarcou em São Paulo para produção local.

Até o fim de março, o Butantan aguarda nova carga de IFA correspondente a cerca de 6 milhões de doses, o que permitirá o cumprimento integral do acordo inicial de 46 milhões de doses contratadas pelo Ministério da Saúde.

O Butantan formou uma força-tarefa para acelerar a produção de doses da vacina para todo o país. Uma das medidas foi dobrar o quadro de funcionários na linha de envase para atender a demanda urgente por imunizantes contra o coronavírus.

Entregas da vacina do Butantan ao Ministério da Saúde:

17/1 – 6 milhões

22/1 – 900 mil

29/1 – 1,8 milhão

5/2 – 1,1 milhão

23/2 – 1,2 milhão

24/2 – 900 mil

25/2 – 453 mil

26/2 – 600 mil

28/2 – 600 mil

3/3 – 900 mil

8/3 – 1,7 milhão

10/3 – 1,2 milhão

15/3 – 3,3 milhões

17/3 – 2 milhões

19/3 – 2 milhões

22/03 – 1 milhão

24/03 – 2,2 milhões

Previsão até 30 de abril – 46 milhões (total de janeiro a abril)

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