O governador de São Paulo João Doria (PSDB) assinou nesta quarta-feira (30) o contrato com o laboratório chinês Sinovac para o fornecimento do primeiro lote da vacina contra o coronavírus da CoronaVac. Segundo o governador, São Paulo receberá 46 milhões de doses até dezembro.
O contrato foi assinado durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Além de Doria, o diretor do Instituto Butantan Dimas Covas e Weining Meng, vice-presidente mundial do Sinovac, também assinaram o documento. O momento foi considerado como “histórico” pelo governador paulista.
“Vamos assinar aqui o contrato de fornecimento dessas 46 milhões de doses da vacina e também a transferência dessa tecnologia do Sinovac para o Instituto Butantan, que muito em breve estará produzindo a vacina aqui na nova fábrica da vacina do Butantan”, disse Doria pouco antes da assinatura.
“O contrato garante o fornecimento das 46 milhões de doses agora para dezembro e mais 14 milhões de doses até fevereiro de 2021, totalizando assim 60 milhões de doses contra a Covid-19”, completou o governador.
Até dezembro, a farmacêutica vai enviar 6 milhões de doses da vacina já prontas para o Instituto Butantan, além dos insumos para a formulação e envase de outras 40 milhões de doses em São Paulo.
A vacina ainda depende da conclusão da fase 3 dos testes e a aprovação da Anvisa para o início do programa de imunização.
CONTRIBUIÇÃO
Já o representante do Sinovac afirmou que a intenção do laboratório chinês é que a vacina produzida em parceria com o Butantan seja distribuída a todos os estados brasileiros.
“Trabalhando junto com o Butantan nosso alvo é simples: trazer vacinas suficientes ao Brasil. Uma vacina acessível para beneficiar todo mundo no país. Esperamos no futuro, junto com a nossa vacina há outras contribuições, permitir que as pessoas voltem à vida normal, tirem as máscaras e tenham uma vida mais feliz”, disse Meng.
TECNOLOGIA
Estudo realizado com 50 mil voluntários na China já comprovou a segurança do imunizante. A vacina também já vem sendo testada no Brasil desde julho e, atualmente, os estudos clínicos da última fase são acompanhados por 12 centros de pesquisa científica em cinco estados e no Distrito Federal.
“É a vacina mais promissora neste momento no mundo. Esse acordo coloca o estado de São Paulo, o Instituto Butantan e a Sinovac em posição de destaque. E muito importante, é o início do processo de transferência de tecnologia para a produção da vacina”, completou o Diretor do Instituto Butantan Dimas Covas.
Tanto na China como no Brasil, os testes clínicos passaram a envolver voluntários com mais de 60 anos, que são o grupo mais suscetível aos sintomas graves da COVID-19. De acordo com o Butantan, que coordena a pesquisa no Brasil, a expectativa é que os testes de eficácia da Coronavac sejam encerrados até o dia 15 de outubro.
Se a Coronavac tiver sucesso na última etapa dos testes, o Butantan pedirá a aprovação emergencial do imunizante à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O objetivo do Governo de São Paulo é iniciar uma campanha de vacinação contra o coronavírus na segunda quinzena de dezembro, com prioridade para profissionais de todas as unidades públicas e privadas de saúde de São Paulo.