A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo anunciou, nesta quarta-feira (28), a primeira morte confirmada por sarampo na capital e no estado. A vítima foi um homem de 42 anos sem registros de vacinação. O último registro de morte pela doença foi há 22 anos, no último surto em 1997
Segundo a Secretaria, o homem foi admitido com suspeitas de sarampo e os sintomas se agravaram por doenças preexistentes. O óbito ocorreu no dia 17, mas foram necessários exames laboratoriais para confirmar a morte por sarampo. Ações de bloqueio foram feitas, segundo a Secretaria, nas áreas em que a pessoa vivia. Mas o local de moradia e o hospital em que a vítima foi atendida não foram divulgados pela Secretaria de Saúde.
Apesar de a vítima estar fora do público-alvo da campanha de vacinação, com idades entre 15 e 29 anos, a Secretaria de Saúde diz que qualquer pessoa pode buscar a vacinação contra o sarampo.
As ações de bloqueio são feitas quando as pessoas da região em que um paciente infectado vive também são vacinadas contra a doença. De acordo com o órgão, foram realizadas mais de 7 mil ações de bloqueio na cidade. Neste ano, até o momento, há 2.457 casos confirmados no estado de São Paulo, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Do total de casos, 66,6% se concentram na capital (1.637 pacientes).
A baixa cobertura vacinal contra sarampo, caxumba e rubéola nos últimos anos pode ser uma das razões do atual surto de sarampo no estado de São Paulo, cujos primeiros casos apareceram em março deste ano.
O sorotipo circulante entre os paulistas é o D8, prevalente em países da Europa. Por isso, é mais provável que o vírus do sarampo tenha sido reintroduzido em São Paulo a partir de casos provenientes daqueles países e menos provável que esteja relacionado aos casos importados da Venezuela, que levaram a um surto nos estados de Amazonas e Roraima no ano passado.
Em 2016, o Brasil recebeu o Certificado de Eliminação do Sarampo, emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), mas perdeu o certificado em fevereiro deste ano, após surtos da doença, principalmente na região Norte, a partir de dezembro de 2017.
O sarampo pode ser evitado com a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Ela integra o PNI e é aplicada aos 12 meses, com reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Até os 29 anos, a recomendação é tomar duas doses do imunizante. Entre 30 e 59 anos, a pessoa deve ser vacinada uma vez. Para quem não sabe se já tomou o número adequado de doses, a orientação é se imunizar.