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“Dizemos não, quando os velhos partidos e a AfD se superam descaradamente nas somas que querem destinar para o rearmamento!”, apontou a deputada que concorre à reeleição ao parlamento alemão
“Dizemos não, quando os velhos partidos e a AfD se superam descaradamente nas somas que querem destinar para o rearmamento!”, denunciou a deputada e presidente do partido BSW, que concorre na próxima semana à reeleição ao parlamento alemão e que combate de forma contundente a submissão ao imperialismo americano e à OTAN, e exige o fim da guerra na Ucrânia.
Ela denunciou os partidos de extrema direita e de centro que defendem o rearmamento da Alemanha. “Trata-se de uma pressão no interesse da indústria de armamento – enquanto neste país as escolas e os hospitais estão a ser cortados em pedaços, a indústria está a ir pelo ralo e os cuidados humanos estão a tornar-se um luxo”, apontou a deputada.
“Isso seria uma pena! Porque não deve haver mais do mesmo. Não queremos jogar fora nosso futuro, e um BSW forte é necessário para isso”, argumentou.
Ela reafirmou seu compromisso em barrar o envio de armas para a Ucrânia. “Na Alemanha, as partes estão se superando com propostas de rearmamento. Há dois anos, junto com Alice Schwarzer, pedi que a guerra na Ucrânia fosse encerrada por negociação, porque cada vez mais armas apenas prolongam as mortes, sobre o colossal fracasso diplomático da política alemã e europeia”, denunciou.
“Olaf Scholz é um chanceler do declínio para a maioria das pessoas em nosso país. Mas Friedrich Merz também fará pouco mais, quase nada melhor, e coisas essenciais ainda piores!”, acrescentou Sara. “Em vez de colocar nosso país em perigo com a entrega de mísseis Taurus, finalmente é necessária pressão para um cessar-fogo e negociações de paz”, disse a deputada.
Ela assinalou que os recursos que estão sendo usados para armar a Ucrânia deveriam ser usados nas as escolas alemãs. “Porque precisamos do dinheiro dos nossos impostos para boas escolas, hospitais e pensões decentes e não devemos desperdiçá-los numa nova corrida aos armamentos”, apontou Sara Wagenknecht.
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A deputada criticou a ganância dos empresários que arrocham trabalhadores e sugam o Estado. “Penso que é injusto que as empresas paguem bilhões em dividendos a seus acionistas quando são bem-sucedidas e rapidamente recorram ao Estado ou cortem empregos quando surgem problemas”, denunciou a parlamentar. “Existem muitas profissões em que as pessoas trabalham duro e ainda lutam para sobreviver porque os salários são muito baixos. Quem mantém a sociedade a funcionar com o seu trabalho não pode ser enganado com salários inferiores a 15 euros!”, prosseguiu.
Ela cobrou dos demais partidos um posicionamento sobre o genocídio de palestinos em Gaza. “Por que o ‘duelo de chanceleres’ não se ateve aos problemas reais? Nós exigimos um minuto de silêncio pelas vítimas em Gaza”, indagou.
Ela falou também da crise com imigrantes e reafirmou sua posição sobre a Ucrânia.
“Partilhamos a opinião de uma maioria de que precisamos de um espaço para respirar quando se trata de imigração. Partilhamos a opinião da maioria de que a Ucrânia não deve receber mísseis Taurus. Em contraste com a chamada “esquerda”, não retiraríamos tal moção só porque a AfD poderia votar com ela!”, disse a deputada, numa crítica aos partidos intitulados de esquerda mas acabam se anulando na luta contra o imperialismo americano.