Satélite brasileiro Amazônia 1 é lançado com sucesso

Satélite foi lançado ao espaço pelo foguete indiano PSLV C51 - Foto: Divulgação/Inpe

Satélite desenvolvido pelo Inpe desde o ano 2000 fornecerá imagens para o monitoramento ambiental e da agricultura em todo o território brasileiro

O Amazônia 1, satélite completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil, foi lançado ao espaço na madrugada deste domingo (28). O lançamento do satélite desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) ocorreu às 1h54min, no Centro de Lançamento Sriharikota, na Índia.

O satélite brasileiro foi ao espaço juntamente com os satélites Sindhu Netra (Índia), Nanoconnect-2 e SpaceBee 12, ambos dos Estados Unidos.

Com um investimento de R$ 400 milhões e envolvimento de diversos pesquisadores, o satélite levou 13 anos para seu desenvolvimento e faz parte da Missão Amazônia, criada para fornecer dados de sensoriamento para acompanhar o desmatamento.

Cerca de 17 minutos após o lançamento do foguete PSLV-C51, o satélite se separou e fez suas primeiras atividades previstas, como a abertura do painel solar, a estabilização de sua orientação em relação à Terra, a verificação dos sistemas e a colocação do modo de prontidão.

O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Clezio de Nardin, declarou que a próxima etapa é iniciar a fase de testes para verificar o satélite e os ajustes em sua câmera.

O equipamento é o terceiro a formar o sistema Deter e vai auxiliar na observação e no monitoramento do desmatamento na região amazônica. Com 4 metros de comprimento e 640 kg, o Amazônia 1 vai ficar a 752 quilômetros acima da superfície da Terra em uma órbita entre os pólos norte e sul e vai capturar imagens em alta resolução. As fotos começarão a ser tiradas cinco dias após o satélite se estabilizar na órbita.

O satélite foi desenvolvido no Inpe, em São José dos Campos, e levado em 22 de dezembro para a Índia para ser lançado. Embarcaram em fevereiro para acompanhar o envio do satélite o diretor do Inpe e o Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

O Amazônia 1 se soma a outros importantes projetos desenvolvidos pelo Brasil na engenharia aeroespacial. Dentre eles, o Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD-1) e Satélite de Coleta de Dados 2 (SCD-2), lançados em 1993 e 1998 respectivamente. Com expectativa de que a missão dos satélites seria de apenas um ano a longevidade deles ainda impressiona, já que ambos ainda estão em atividade.

Amazonia 1 montado no veículo lançador de satélites indiano – Foto: Divulgação/Inpe

Do espaço, ele vai mandar o sinal para três estações de monitoramento no Brasil: uma em Cuiabá (MT), a outra em Alcântara (MA) e a terceira em Cachoeira Paulista (SP). Todos os movimentos do satélite serão coordenados de uma outra estação, que fica na sede do Inpe.

Inicialmente, o lançamento estava previsto para o dia 22 de janeiro, mas a data foi remarcada. A mudança foi feita a pedido da equipe de lançamento, que pediu mais tempo para as etapas finais de preparação. Com isso, a data foi alterada para este domingo.

Foi montado um esquema de transporte com o satélite desmontado. Ele foi levado por um avião cargueiro e passou pelo Senegal antes de chegar ao seu destino final, na Índia.

PSLV C51 foi lançado neste domingo no Centro de Lançamento Sriharikota, na Índia

SUSPENSÃO DAS BOLSAS

Com menos de um mês para o lançamento do Amazonia 1, o corte de verbas pelo governo federal impactou diretamente o Inpe que suspendeu as bolsas de 107 pesquisadores no instituto por falta de R$ 4 milhões de verba. A modalidade de bolsas cortadas é a PCI, que mantém pesquisadores em atividades de trabalho, não só pesquisa, dentro do instituto.

A medida atingiu sete pesquisadores do setor do Amazônia 1, envolvidos nas etapas finais e plano de voo do lançamento. Sem recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia, eles estavam impedidos de trabalhar e, com isso, o lançamento do equipamento estaria em risco.

Para manter a data, a Agência Espacial Brasileira (AEB) teve de intervir e custear as bolsas. Pouco antes de embarcar à Índia, o ministro Marcos Pontes afirmou que a verba será remanejada e as bolsas mantidas.

A colocada em órbita do Amazônia 1 foi transmitida ao vivo pelo Inpe:

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