O Iêmen está sendo submetido à “pior fome do mundo em 100 anos” pela agressão movida pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos, particularmente pelos bombardeios indiscriminados que comprometeram o conjunto da infraestrutura do país e vitimam principalmente a população civil. O alerta foi reiterado pelas Nações Unidas, que já tinha descrito a gravidade da situação: “a maior crise humanitária da atualidade”.
Qualquer ajuda aos cerca de 22 milhões de iemenitas, 18 milhões vivendo em insegurança alimentar e 13 milhões já famintos, segundo a ONU, tornou-se praticamente impossível em função da virulência da agressão da invasão, que já dura três anos.
Conforme Herve Verhoosel, do Programa Alimentar Mundial, “se esta situação persistir, poderemos ter um aumento de três milhões e meio de pessoas em risco, gente que necessita urgentemente de assistência alimentar regular para evitar que passem para uma situação de fome”.
De acordo com a organização Save the Children, o número de crianças que sofre com a fome pode alcançar a 5 milhões, caso os bombardeios continuem prejudicando a assistência humanitária.
O alvo prioritário dos agressores tem sido a zona do porto de Hodeida, que é a principal porta de entrada de ajuda ao país. Buscando submeter o Iêmen pela fome, a Arábia Saudita e EUA centraram fogo no mês de setembro nos armazéns do Programa Alimentar Mundial.
No último domingo o Coordenador Humanitário no Iêmen das Nações Unidas (ONU), Lise Grande condenou um novo ataque aéreo saudita à província de Al-Hudaydah, no Iêmen ocidental, onde morrerram pelo menos 17 pessoas. “Os beligerantes devem fazer todo o possível para proteger os civis, não ferir, mutilar, ferir ou matar”, sublinhou.
As Nações Unidas defenderam repetidas vezes que o regime de Al Saud ponha fim a essa “guerra estúpida “, que já deixou mais de 11 mil mortos e 23 mil feridos, segundo balanço do Ministério da Saúde do Iêmen.