Em três ataques no fim de semana apenas, a Arábia Saudita matou pelo menos 57 civis no Iêmen – a maioria mulheres e crianças. No mais brutal desses bombardeios, uma cerimônia de casamento em Bani Qais, na província de Hajjah, foi estraçalhada a bombas e mísseis. A noiva e ao menos outras 32 pessoas foram massacradas e mais de 55 ficaram feridas, a maioria crianças. Moradores da região disseram à Reuters que as vitimas fatais ficaram desmembradas e completamente desfiguradas. Dessa vez Trump, May e Macron não despejaram lágrimas de crocodilo sobre as “pobres criancinhas” iemenitas.
O massacre foi condenado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que exigiu “uma rápida, efetiva e transparente investigação”. No outro ataque saudita de domingo, contra uma casa na aldeia de Taiba, foi morta uma família de quatro pessoas. Um dia antes, no sábado, pelo menos 20 civis foram chacinados em um ataque aéreo contra um ônibus de passageiros, no distrito de Mowza, próximo da cidade de Taiz.
Os sauditas, com armas e supervisão norte-americana, tentam reinstalar no Iêmen um governo títere derrubado por um levante popular. França e Inglaterra faturam vendendo armas a Riad. “O Secretário-Geral, Antônio Guterres, gostaria de relembrar todas as partes de suas obrigações para com os Direitos Humanos Internacionais relacionados à proteção de civis e da infraestrutura civil durante os conflitos armados”, reiterou o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.
A rede de TV iemenita Al-Masirah disse que 33 pessoas foram mortas e 55 ficaram feridas. De acordo com a ONU, a guerra do Iêmen já matou mais de 10 mil pessoas, e deixou ao menos 40 mil feridos, forçando mais de dois milhões a deixarem o país. A destruição da infraestrutura e o bloqueio de portos semearam a fome, e tornaram doenças já extintas, como a cólera, em uma epidemia com mais de 400 mil infectados.