Muito se diz – e inclusive os mais ingênuos chegam a acreditar – que Bolsonaro, se eleito, vai preferir governar por métodos democráticos, respeitando a Constituição e as instituições republicanas.
“Se a maioria do povo está com ele, por que iria se queimar tentando implantar uma ditadura?”, é o que perguntam os partidários da política de “amaciamento”.
Poderíamos responder que é da natureza do capitão; ele sempre defendeu a ditadura e a tortura. O erro, segundo ele, “foi não ter matado 30 mil”.
Porém, melhor que isso é remeter os amaciadores ao vídeo que Bolsonaro gravou agora, no dia 21 de outubro. É ele mesmo quem fala, não seu filho, nem o general Mourão, nem Paulo Guedes, nem algum outro encarregado de fazer as afirmações mais extremadas que ele depois relativiza no velho estilo “morde e assopra”.
Bolsonaro diz, no vídeo: “[Lula] aguarde, o Haddad vai chegar aí também. Mas não será para visitá-lo, não, será para ficar alguns anos ao teu lado.”
Todos sabem a razão pela qual Lula está preso, mas que crime cometeu Haddad? O de contestar o candidato Bolsonaro? O de dizer que ele não tem coragem de comparecer a um debate?
Diz mais: “A Folha de São Paulo é a maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo. Imprensa livre parabéns, imprensa vendida meus pêsames!”
Que crime cometeu a Folha, o de investigá-lo? A imprensa que o apoia é livre, e a que não o apoia é vendida? Este é o critério que, numa República, deve reger a colocação da verba publicitária do governo?
Diz também: “Vocês verão uma polícia militar e civil com retaguarda jurídica para fazer valer a lei do lobo de vocês. Bandido do MST, bandido do MTST, as ações de vocês serão tipificadas como terrorismo”.
Não há na legislação atual nada que permita tipificar como terrorismo as ações do MST e do MTST – mesmo quando se trata da ocupação de propriedades que não cumprem as funções sociais a que estão obrigadas por lei.
E diz ainda: “Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para a cadeia”.
Qual é a lei de todos nós? A que existe e que ele, mesmo não apreciando, é obrigado a acatar como qualquer outro brasileiro ou a famigerada “lei do lobo de vocês”, que o capitão pretende que seja aprovada para colocar os lobos na condição de cidadãos acima de qualquer suspeita?
Que ninguém se iluda. Ele não afirma essas barbaridades por se exaltar com facilidade e padecer de incontinência verbal. Pelo contrário, Bolsonaro pensa assim porque é um fascistoide ou, para usar uma expressão em voga nos idos de 1964, um gorilão dos mais fedidos.
S.R.
Esse lunático,sanguinário não tem limites!!!Por favor instituições deste PAÍS,tomem alguma medida!!!NÃO podemos ficar reféns deste insano.
Imagina se chegar à presidência!!!
É a volta da ditadura mais sangrenta da história.