Em avançado estado de delírio, petistas afirmam na internet que este foi o carnaval do “Fora Temer” e do “Volta Lula”. Dizem também que isso, acrescido de uma faixa que alguém viu na Rocinha, onde estaria escrito “se Lula for preso, o morro vai descer”, demonstra que estamos à beira de uma explosão.
Acrescentam que, humanistas como são, evidentemente não torcem por uma reação violenta à prisão do chefe. Apenas não podem deixar de alertar, particularmente a Globo, sobre a iminência de uma mega depredação que poderia atingir também outros veículos de mídia considerados hostis ao ex-presidente.
É curioso. Os petistas inventaram Temer, colocando-o como vice daquela senhora que era o poste de Lula. Agora querem decretar que “Fora Temer” é sinônimo de “Volta Lula”.
Não é. E, não sendo, é preciso dizer que em todo o carnaval deste ano a única menção visível ao que eles chamam de “golpe” – isto é, a saída pacífica e cordata de Dilma em virtude do impeachment – ocorreu num trecho quase insignificante do desfile do Grêmio Recreativo Escola de Samba Paraíso do Tuiuti.
Pelo Brasil afora não faltaram coros de “Fora Temer”, “Fora Gilmar”, “Fora Crivela”, mas corinho de “Volta Lula” não houve nenhum para contar a história. Se a intenção de voto que aparece nas pesquisas a favor do candidato ficha suja estivesse consolidada, a reação popular seria bem outra.
Aliás, o fantasioso carnaval do “Volta Lula” é tão somente a tentativa da “esquerda do PT” de abafar qualquer autocrítica sobre as consequências desastrosas da grande roubalheira que o comando do partido promoveu contra a Petrobrás e contra o Brasil
A esquerda do PT, não nos esqueçamos, é aquela que ruge na campanha eleitoral mas governa balindo para Meirelles e Levys. É a mesma que protesta quando Temer tenta impor o aumento da idade mínima para as aposentadorias, mas aplaude quando é Dilma quem faz.
E, aviso aos navegantes, Gilmar passou a ser escrachado nas ruas pelo público quando ficou claro que seu jogo é transformar a Lava Jato em pizza. Vendo por esse ângulo, poderia ser mais proveitoso a seus intentos de manter os amigos do PSDB e PMDB fora das grades que Lula mesmo condenado não viesse a cumprir a pena. Gilmar agiu nessa direção, agora está avaliando as consequências.
S.R.
Olá, a faixa é uma referência ao samba do Wilson das Neves, provavelmente. Um abraço.
Dificilmente o Wilson das Neves estava pensando no Lula quando compôs “O dia em que o morro descer e não for carnaval”. Claro, o leitor não disse isso. É apenas um comentário.