O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso reforçou, nesta quinta-feira (21), a importância de punição aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Para o magistrado, a impunidade pode acarretar repetição dos atos no futuro.
“A gente não pune na medida certa, e as pessoas não se corrigem. E se a gente não punir, na próxima eleição quem vai perder vai achar que pode fazer o mesmo. Portanto, as pessoas querem anistiar antes de julgar”, disse aos jornalistas durante evento da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde).
O comentário foi feito horas antes do indiciamento de Bolsonaro e mais 36 pessoas na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. Eles responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A anistia, em particular depois dos episódios mais recentes — atentado à bomba na Praça dos Três Poderes e planos para assassinar Lula, Alckimin e Moraes — estão definitivamente fora de cogitação. Os magistrados nem querem discutir essa pauta.
ATENTADO COM EXPLOSIVOS
Ao falar dos episódios recentes, Barroso também citou o atentado com explosivos contra o STF na última semana e apontou uma piora no comportamento de parte da população.
“Estou, sobretudo, preocupado. O Brasil não era assim. Nós fazemos uma reflexão: o que aconteceu para termos esse tipo de atitude? Pessoas pensando em assassinato, homem-bomba? Onde foi que nós perdemos nossa alma afetuosa, alegre e irreverente para essa modalidade raivosa?”, questionou o presidente do STF.
Barroso, no entanto, evitou comentários sobre o plano de golpe de Estado: “Eu só julgo na hora que tenho que julgar, neste momento ainda não. Vamos esperar os elementos”.