
Alegação da defesa bolsonarista de que “se não houve golpe, não houve crime” é uma falácia. Fascismo é a implantação da barbárie e do terror extremo na política
O argumento alegado pela defesa dos golpistas de que em “não havendo golpe, não houve crime”, não se sustenta de forma nenhuma. É uma tergiversação dos fascistas depois que serem frustradas suas intenções criminosas.
Obviamente, se tivesse havido o golpe de Estado pretendido pelos fascistas, os membros do Supremo Tribunal Federal que hoje conduzem o julgamento, estariam presos e alguns deles, inclusive o relator, estariam mortos.
Esse era o plano da sinistra operação “Punhal Verde e Amarelo”, descoberta pela Polícia Federal durante as investigações. O plano, coordenado pelo general Braga Neto, previa a prisão de diversas autoridades e integrantes da oposição além do assassinato do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do seu vice, Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes.
Se forem levadas em conta as opiniões expressas por Jair Bolsonaro, de que o grande erro da ditadura fascista e antinacional, implantada em 1964, foi não ter matado de 20 a 30 mil pessoas, certamente essa lista descoberta pela PF nas mãos dos golpistas seria muito maior do que apenas as três autoridades citadas.
Se o golpe tivesse sido efetivado, estaria iniciado um período de intensas perseguições políticas à oposição democrática no país. O golpe só não se concretizou porque a sociedade brasileira reagiu fortemente à intentona.
Além disso, os altos mandos das Forças Armadas, nas figuras do general Freire Gomes, comandante do Exército, e do brigadeiro Baptista Júnior, comandante da Aeronáutica, se posicionaram contra o golpe arquitetado por Jair Bolsonaro. A trama golpista também foi repudiada internacionalmente.
O julgamento que se inicia tem, portanto, um papel didático. Ele deve punir severamente os grupos fascistas que intentaram acabar com a democracia no Brasil. Isso tem importância porque esses elementos ainda estão ativos no país e, com a chegada de outro fascista, Donald Trump, ao poder nos Estados Unidos, os assanhou novamente.
Tanto que Eduardo Bolsonaro, filho do chefe dos golpistas, se deslocou para os EUA com o intuito de conspirar contra o Brasil e instigar o governo americano a agredir o Brasil e promover a ingerência nos assuntos internos do país. Ou seja, ele foi trabalhar por um novo golpe contra a democracia.
Desde que o deputado fujão, Eduardo Bolsonaro, largou seu mandato e se alojou nos Estados Unidos para iniciar o seu trabalho de sapa contra o Brasil e sua economia, Donald Trump tem feito chantagens contra o país na tentativa de livrar os criminosos e propiciar sua volta ao poder no Brasil.
Alexandre de Moraes deixou claro, na abertura do julgamento hora em curso, que o Poder Judiciário não se deixará amedrontar pelas ameaças de um país estrangeiro ou de quem seja e conduzirá o processo com autonomia e determinação.