Pré-candidato do Avante, com 3% nas pesquisas, foi entrevistado pelo site de notícias G1, do grupo Globo. Disse que defende o processo democrático e tem duas inspirações na política: Juscelino Kubistchek e Getúlio Vargas
Na segunda-feira (11), o deputado federal André Janones (Avante) foi entrevistado na série com pré-candidatos a presidente comandada por Renata Lo Prete, ao vivo direto do estúdio do G1, em São Paulo. Janones tornou-se conhecido nacionalmente ao apoiar a greve dos caminhoneiros e, nas eleições do mesmo ano, tornou-se o terceiro deputado federal mais votado de Minas Gerais.
Ao ser perguntado sobre de qual lado estará em um eventual segundo turno sem a sua candidatura, André Janones disse que estará “do lado oposto ao do atual presidente [Jair] Bolsonaro”. “Eu vou estar ao lado da democracia. Eu vou estar ao lado da defesa das nossas instituições. Eu vou estar ao lado da possibilidade de que eu discorde de alguém e de que alguém discorde de mim, sem que isso implique um risco à minha vida. Logo, eu estarei do lado oposto ao do atual presidente Bolsonaro”, afirmou.
O pré-candidato do Avante contou que tem duas inspirações na política para exercer a função pública: Juscelino Kubistchek e Getúlio Vargas. Ele afirmou ainda que, apesar da admiração, não concorda com tudo que ambas as personalidades fizeram ou pensavam.
“Eu passei ter duas inspirações enquanto estadistas e homens públicos. Isso não significa que eu concorde com tudo que eles fizeram e tudo que eles pregaram. Mas, os meus modelos de homens públicos, de alguém que sabia o peso de estar na Presidência da República e a nobreza do cargo são Juscelino Kubistchek e Getúlio Vargas. São as minhas duas inspirações na política”, disse.
Logo no início da entrevista, o pré-candidato comentou sobre o assassinato de um tesoureiro do PT que aconteceu durante o último final de semana, quando ele foi morto a tiros por um militante bolsonarista. “Algum tempo atrás, eu tenho absoluta convicção de que se crime tivesse ocorrido, se fosse o contrário, por exemplo, se esse militante bolsonarista que cometeu essa atrocidade fosse a vítima, iam dizer que bandido bom é bandido morto”, disse o político mineiro.
Sobre o uso de armas no Brasil, ele apontou que, no momento em que o governo estimula o armamento da população, o estado está transferindo para o cidadão a responsabilidade sobre a sua própria segurança. Para ele, é como se o governo dissesse que “não dá conta de fazer a segurança como deveria”. “O estímulo ao armamento é constante nesse governo. Está tentando se incutir nas pessoas [a ideia] de que você só protege a sua liberdade… […] O estado está terceirizando para o cidadão a responsabilidade sobre a sua própria segurança”, afirmou.
Janones garantiu que não se arrependeu de ter votado a favor do projeto que limita a cobrança do ICMS dos estados sobre combustíveis e outros itens, mas explicou que sente vergonha do voto. “Não arrependo. Votaria novamente da mesma maneira, porém é o voto de que eu mais me envergonho até hoje como deputado federal, que eu não gostaria de ter dado. Porque é uma medida claramente eleitoreira, que não resolve o problema em definitivo, mas que eu não tenho como dizer para as pessoas, enquanto deputado federal, com a limitação de um mandato de deputado federal, foi me colocado duas opções: a ruim e a péssima. Eu votei pela ruim.”