“É natural que tenhamos que adotar medidas no decorrer do ano para garantir esse compromisso e esse resultado que conseguimos entregar. Vamos fazer isso”, comentou Dario Durigan
O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, confirmou nesta segunda-feira (13), em entrevista ao jornal O Globo, que novas propostas de cortes de despesas do governo deverão ser apresentadas, após a aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso Nacional.
“Isso está certo”, afirma o número 2 do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o anúncio de novas medidas de arrocho fiscal. “É natural que tenhamos que adotar medidas no decorrer do ano para garantir esse compromisso e esse resultado que conseguimos entregar. Vamos fazer isso”, comentou.
“Fizemos o maior ajuste fiscal dos últimos tempos no Brasil. [… ] “É nosso papel nos próximos dois anos reforçar a política fiscal, do lado da despesa e do da receita”, declarou Durigan.
A área econômica do governo busca novamente atender a agenda de austeridade fiscal defendida pelos bancos, que seguem atuando contra a economia real – via especulação do dólar e com suas projeções catastrofistas fiscais -, mesmo após a aprovação pelo legislativo de parte do pacote de corte de gastos elaborado pela Fazenda, que entre outras medidas, limitou a valorização real (acima da inflação) do salário mínimo a um teto de apenas 2,5% de crescimento.
Entre os programas que devem ser atingidos pelo novo plano de cortes citado pelo secretário-executivo estão os programas “Pé-de-Meia” de incentivo financeiro a estudantes carentes matriculados no ensino médio e do Auxílio-Gás. A área econômica também quer aprovar a idade mínima para a aposentadoria de militares, proposta já enviada ao Congresso, mas que ficou para ser debatida pelos parlamentares neste ano.
Segundo Dario Durigan, as pressões do “mercado” seguem porque “existem outros temas pendentes de serem resolvidos, mas que “o pacote de medidas está sendo estudado”.
“Medidas diversas podem ser adotadas, seja administrativa, de colegiados como o Conselho Monetário Nacional, e do ponto de vista do Congresso Nacional”, declarou.
Já o gasto com os juros da dívida pública continua livre das regras do “arcabouço fiscal”, que limita as despesas do governo. Com o Banco Central elevando os juros básicos da economia (Selic), a transferência de renda da população – por meio do pagamento dos juros – aos bancos e rentistas atingiu R$ 918 bilhões, no acumulado de 12 meses, até novembro de 2024.