
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), está construindo uma casa de luxo dentro de um condomínio fechado em Porto Feliz, interior paulista, que custa 3 vezes o valor de seu patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A cidade virou reduto de milionários.
De acordo com informações do portal Metrópoles, o projeto de arquitetura e a construção devem custar ao menos R$ 3 milhões. O valor corresponde a mais que o triplo dos R$ 812 mil em bens declarados por Derrite há três anos, quando ele se reelegeu deputado federal.
O terreno no condomínio de alto padrão onde está sendo construída a mansão, possui de 800 m² foi comprado pelo secretário em junho de 2023, por R$ 475 mil, diretamente da incorporadora. Segundo as informações do Metrópoles, na escritura do imóvel consta que o pagamento foi feito à vista, por meio de transferência bancária. No espaço está sendo construída uma mansão que terá 440 m² de área.
Um mês antes, em 2023, Derrite vendeu um apartamento na Vila Leopoldina, zona oeste paulistana, por R$ 650 mil.
O ano parece ter sido especial para Derrite, em outubro do mesmo ano o empresário apontado como o responsável por alinhar os pagamentos referentes à construção da casa milionária, Guilherme Moron, foi condecorado pelo secretário da Segurança Pública (SSP) com uma honraria da Polícia Militar.
A solenidade, registrada em diversas postagens nas redes sociais (foto em destaque), ocorreu quatro meses após Derrite da compra do terreno no condomínio de alto padrão. O custo total da obra é estimado em ao menos R$ 3 milhões.
Genilton Mota, dono da Construtora Mota, afirma que os pagamentos da obra são alinhados com o empresário. Moron atua com grandes eventos no interior e aparece em reuniões políticas e agendas públicas ao lado de Derrite e de outros empresários ligados ao governo.
PT PEDE INVESTIGAÇÃO AO MPSP
Diante das questões apontadas, o líder do PT na Assembleia Legislativa (Alesp), o deputado estadual Antônio Donato (PT), entrou com uma representação no Ministério Público de São Paulo (MPSP) com pedido de investigação “em razão de indícios de enriquecimento ilícito, evolução patrimonial incompatível, conflito de interesses e favorecimento indevido”. Para isso, o MPSP deve apurar a origem dos recursos utilizados na aquisição do terreno e eventual ocultação de bens ou patrimônio.
Donato também menciona a relação de Guilherme Derrite com os empresários José Romano Netto (Zeca Romano), com quem pegou carona em um jatinho particular de Romano em dezembro de 2024, e Sérgio Comolatti, que têm contratos com o governo paulista.
Donato também pediu informações sobre o governo Tarcísio de Freitas sobre a evolução do patrimônio de Derrite, questionando se a Controladoria Geral do Estado está investigando o secretário.