Para defender a criação de uma idade mínima para a aposentadoria no Brasil – proposta que já foi derrotada com o arquivamento da reforma da Previdência – o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, usou os dados sobre as aposentadorias ocorridas no ano passado, afirmando que os brasileiros se aposentaram cedo demais. “Isso reforça a necessidade de se ter idade mínima de aposentadoria no Brasil”, diz Caetano.
Após tamanho alarde feito pelo próprio governo, afirmando que não haveria mais dinheiro para pagar os direitos previdenciários, é natural que quem já se enquadrava na condição de se aposentar por tempo de contribuição não esperasse muito tempo. Ainda assim, a diminuição da idade média de aposentadoria em 2017 em relação a 2016 foi ínfima. Entre os homens passou de 55,82 para 55,57 anos e entre as mulheres, de 53,25 para 52,8 anos.
A campanha pela definição de uma idade mínima vem junto com os ataques abertos feitos pela OCDE (grupo de reúne os países mais ricos) e o Banco Mundial contra o salário mínimo e pela desindexação dos benefícios da Previdência. Ou seja, querem que os benefícios possam ser ainda menos do que o mínimo.
E para desvalorizá-lo ainda mais, a proposta defendida por esses órgãos é que os reajustes deixem de acompanhar o mínimo e passem a ser ajustados apenas pela inflação.
Conforme alertou a Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), mesmo com a derrota da reforma da Previdência, as tentativas de assalto ao dinheiro do povo ainda não acabaram. Por isso, “a mobilização irá continuar, principalmente agora nas eleições. Estaremos alertas contra qualquer um que venha a defender a retirada de direitos dos trabalhadores e aposentados”.