Após três meses na diretoria-geral da Polícia Federal (PF), o delegado Fernando Segovia foi demitido hoje, terça-feira. Em seu lugar foi nomeado o delegado Rogério Galloro, que foi o segundo dirigente da PF durante a gestão de Leandro Daiello (2011-2017).
A demissão se deu após, no dia anterior, a procuradora geral da República, Raquel Dodge, pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma “ordem judicial” para que Segovia fosse proibido, sob pena de afastamento da função, de interferir no inquérito que apura a propina e favorecimento de Temer à empresa Rodrimar, que atual no Porto de Santos.
A procuradora pedira a proibição, pelo STF, de “qualquer ato de ingerência”, inclusive declarações à imprensa: “Quaisquer manifestações a respeito de apurações em curso contrariam os princípios que norteiam a Administração Pública, em especial o da impessoalidade e da moralidade”, afirmou a procuradora.
No início deste mês, o então diretor-geral da PF disse à agência Reuters que o inquérito contra Temer seria arquivado, apesar do responsável pela investigação, delegado Cleyber Lopes, pedir a prorrogação das investigações por 60 dias.
As declarações de Segovia motivaram notas das entidades de policiais federais, protestando contra a interferência.
Além disso, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo sobre a Rodrimar no STF, pediu explicações ao então diretor-geral da PF.