Mais um membro da equipe de Jair Bolsonaro deixou o governo. O presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil (BB), Hélio Lima Magalhães, renunciou ao cargo na quinta-feira (1). O conselheiro José Guimarães Monforte acompanhou a decisão de Magalhães.
Diante das insanidades de Bolsonaro e sua equipe econômica frente à pandemia que já ceifou a vida de mais de 300 mil pessoas e está levando o país a mais um ano de recessão, até a turma do Paulo Guedes está abandonando o barco.
A saída dos conselheiros acontece após a renúncia de André Brandão da presidência do Banco do Brasil. Brandão substituiu Rubem Novaes, ambos indicados por Paulo Guedes com a missão de promover o desmonte do tradicional banco público.
As renúncias ocorridas agora no Banco do Brasil acontecem após a saída dos Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, do Advogado Geral da União e de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobrás. Isso para citar apenas as mais recentes. Rubem Novaes deixou o Banco do Brasil no ano passado, assim como Salim Mattar (Desestatização), Paulo Uebel (Desburocratização), Caio Megale (Secretário Especial de Fazenda) e Mansueto Almeida (Secretário do Tesouro Nacional), entre outros.
Mas não é só na sua equipe que Bolsonaro vem perdendo apoio. Setores da elite econômica também se manifestaram nas últimas semanas contra seu desatinos expressa no manifesto assinado por mais de 1700 personalidades, entre banqueiros, empresários, ex-presidentes do Banco Central e ex-ministros da Fazenda. O banqueiro Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde do Banco Itáu, declarou: “Estou aqui dizendo: votei em 2018, acreditei na sua proposta, mas você (presidente Jair Bolsonaro) não vai ter mais o meu voto”.
No lugar de André Brandão, ex-presidente do banco inglês HSBC no Brasil, Jair Bolsonaro indicou Fausto André Ribeiro, o que gerou a saída dos conselheiros, que alegaram que Fausto André, “sem qualquer demérito ao profissional e à sua carreira de 33 anos no BB, não percorreu ainda todas as etapas de funções gerenciais”.
A tentativa do então presidente André Brandão de demitir 5 mil funcionário e fechar 361 pontos de atendimento, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento foi repudiada pela sociedade, sindicalistas, parlamentares, prefeitos e governadores. O plano de “reestruturação” do Banco do Brasil é mais uma etapa do processo de desmonte do banco público, que atende a população brasileira nos quatro cantos do país, para favorecer o sistema financeiro privado que só visa o lucro.
Na famosa reunião ministerial, em que o termo “passar a boiada” ficou conhecida, Guedes declarou que “o Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, que a privatização era “um sonho” de Rubem Novaes e declarou enfático: “tem que privatizar logo essa porra do Banco do Brasil”, falou o boquirroto ministro.
Já Rubem Novaes pediu demissão em julho de 2020 debaixo da escandalosa negociata envolvendo a venda da carteira de crédito do Banco do Brasil (BB) avaliada em R$ 2,9 bilhões por apenas R$ 371 milhões para o banco BTG Pactual – do qual o próprio Paulo Guedes foi um dos fundadores.
A manifestação contra a indicação do novo presidente do Banco do Brasil foi assinada por quatro dos oito conselheiros do Conselho de Administração: Hélio Lima Magalhães, José Guimarães Monforte, Luiz Serafim Spínola Santos e Paulo Roberto Evangelista de Lima.
O novo Conselho do Banco do Brasil contará com três novatos da parte do Ministério da Economia: Aramis Sá de Andrade, conselheiro independente, Iêda Aparecida de Moura Cagni, secretária-geral de Administração da Advocacia-Geral da União (AGU), e Walter Eustáquio Ribeiro, que também ocupará vaga de membro independente.