“É o mesmo que manter a pessoa que está se afogando embaixo da água, que é como está a maioria das empresas hoje”, diz o presidente da FIEMS. “Os indicadores de atividade de curto prazo já apontam queda da atividade econômica no início deste segundo trimestre”, aponta a FIRJAN
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Sérgio Longen, fez duras críticas à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, desta quarta-feira (21), de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano.
“A taxa de juros real, ou seja, descontando a inflação, segue muito próxima de inaceitáveis 10% ao ano. No momento, isso faz com que o Brasil tenha a maior taxa de juros reais do mundo”, lembrou Longen.
“Por essa razão, entendemos que a permanência da Selic no atual patamar é desnecessária para o controle da inflação, trazendo problemas adicionais à economia, com a elevação dos custos para o financiamento das atividades produtivas, restringindo a produção e o consumo”, disse o representante industrial do Mato Grosso do Sul, por meio de nota.
Longen também ressaltou que as empresas não estão mais conseguindo pagar os juros nesses patamares.
“É o mesmo que manter a pessoa que está se afogando embaixo da água, que é como está a maioria das empresas hoje, praticamente reféns da decisão técnica de meia dúzia de pessoas”, criticou o presidente da Fiems, ao ressaltar que a Selic se encontra muito acima do nível compreendido como neutro, ou seja, do patamar que nem desestimula ou estimula a economia.
“Vemos um grande esforço nacional para conter a inflação, redução dos preços de combustíveis e de diversas matérias-primas, mas a taxa de juros permanece elevada”, denunciou.
FIRJAN: DECISÃO É EQUIVOCADA
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também se manifestou contra a decisão do Banco Central de manter os juros em 13,75%.
A entidade classificou como “inadequada” a decisão do Copom “diante do recente alívio nos preços correntes e a contínua redução das expectativas inflacionárias”. A Firjan ressaltou que “os desafios internos se multiplicam. Os indicadores de atividade de curto prazo já apontam queda da atividade econômica no início deste segundo trimestre. Nesse cenário, a recuperação da confiança do setor produtivo exige uma política monetária mais moderada”,